Três pontos que explicam a “virada de chave” do Paraná na Série D
O Paraná foi do inferno ao céu em menos de três meses. Do clube que saiu de um vexatório rebaixamento no Estadual, com direito a invasão na torcida ao gramado da Vila Capanema para cobrar jogadores e dirigentes, a um time invicto na Série D, com a vice-liderança do Grupo 7 e o apoio da torcida.
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Listamos três pontos que podem explicar essa arrancada tricolor neste início de competição. Você concorda com a análise? Deixe sua opinião nos comentários desta matéria.
Efeito Omar Feitosa
Experiente e com identificação com o Paraná, Omar Feitosa chegou impondo uma reformulação interna. Junto dele vieram o executivo Pedro Soriano, os auxiliares-técnicos Dino Camargo e Rodrigo Possi, o treinador de goleiros Cassius Hartman, o preparador físico Ademir Ferreira, o fisioterapeuta Maurício Mandim e o nutricionista Rafael Gonçalves.
Indicado por Cuca, como o próprio clube ressaltou, Feitosa identificou os erros e tratou logo de corrigi-los antes do início da Série D. Trouxe também atletas de confiança e que escolheram atuar pelo Paraná. Em uma de suas primeiras entrevistas, disse que era preciso virar a chave do Estadual, porque, mesmo com alguns atletas remanescentes, o comando do elenco era outro.
Em campo, trabalhou o lado psicológico dos atletas, ajeitou o sistema defensivo - hoje o segundo melhor de toda Série D -, e, por fim, deu confiança para os atacantes. Os conselhos e pitacos do amigo e campeoníssimo Cuca também têm ajudado o "novato" técnico paranista.
Experiência dentro e fora de campo
Assim como na escolha de Feitosa, o Paraná também preferiu trazer nomes com rodagem no futebol brasileiro e que buscassem um "recomeço" no clube. A preferência foi revelada pelo próprio executivo de futebol Pedro Soriano em entrevista ao UmDois Esportes em abril.
Nomes como o goleiro Felipe, o zagueiro Dirceu e os atacantes Marcelinho e Carlos Henrique chegaram, assumiram a titularidade e têm correspondido.
Fora de campo, a experiência de Feitosa em grandes clubes, com o "auxílio" de Cuca, de ex-jogadores e a união de ex-dirigentes têm contribuído para uma gestão mais profissional do Tricolor como um todo.
Finanças em dia
Os salários atrasados vinham sendo o principal problema do Paraná nos últimos anos. Nesta temporada, com os aportes mensais da parceira LA Sports, de Luiz Alberto, a situação está controlada. As finanças também deram uma guinada com a criação do movimento "Salve o Paraná" em março.
Até o início de abril, o grupo já tinha levantado mais de R$ 600 mil em doações de torcedores, ex-dirigentes, figuras históricas e ex-jogadores ao clube. Na semana passada, o ex-atacante Borges e o ex-volante Pierre adquiriram cotas do movimentos no valor de R$ 12 mil.
A LA Sports também ajudou na campanha e injetou mais dinheiro no clube neste mês ao se tornar patrocinadora oficial do clube. A associação em massa da torcida paranista também é um ponto financeiro a se destacar.
O Paraná, claro, ainda tem muitos problemas extracampo para resolver, principalmente com seus patrimônios, mas essas questões não têm mais refletido em campo, justamente porque as finanças estão em dia.