Quase três décadas após ser dispensado do Paraná Clube no início de carreira como jogador profissional, Tcheco retornou ao clube de origem em 2024 com o objetivo de escrever um novo capítulo. E neste frio e chuvoso domingo (14), em um Couto Pereira de três cores, o treinador comemorou o acesso do Tricolor à elite do futebol paranaense.
Revelado nas quadras de futsal do Tricolor, Anderson Simas Luciano construiu uma carreira sólida no futebol brasileiro, mas sempre carregou consigo a memória amarga da dispensa. Agora, como treinador, ele alcançou uma redenção, liderando o Paraná Clube de volta à elite do futebol paranaense.
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“Eu só dei um pequeno passo, mas tão gigantesco pelas circunstâncias. Literalmente o clube estava por um fio. Não ia ter como pagar R$ 20 milhões no fim de outubro se o clube fica na Segunda Divisão. Tem uns loucos que vão pagar, mas esses loucos são os apaixonados pelo clube”, disse ele, que acredita que o clube precisa dar passos sólidos para voltar a ter calendário nacional.
É passo de elefante. Devagarzinho, mas muito firme para que a gente busque o maior objetivo. Não é o título contra o Rio Branco, não. É a vaga da Série D para ter calendário no próximo ano.
Tcheco, técnico do Paraná Clube
Tcheco e a “volta pra casa”
A trajetória de Tcheco no Paraná Clube começou nas quadras, onde seu talento logo chamou a atenção. No entanto, sua passagem pelo futebol profissional do clube não foi como ele esperava.
Dispensado após um período de lesões, ele teve que seguir outros caminhos para continuar sua carreira. Jogou por grandes clubes do Brasil e até do exterior. O retorno ao clube, agora como técnico, era um sonho antigo, mas também um desafio que ele sabia ser árduo.
“Nós vamos tentar resgatar esse clube, que não merece esse patamar. É um dos maiores desafios da minha carreira como treinador e estou preparado”, disse Tcheco, em sua apresentação no início deste ano.
Sob o comando de Tcheco, Paraná teve dificuldades como visitante
A campanha do Paraná Clube sob o comando de Tcheco foi marcada por superação. Foram poucos jogos com domínio. Apesar disso, quando mandante, o Tricolor teve 100% de aproveitamento. No entanto, as dificuldades foram grandes como visitante, com quatro empates e uma derrota.
A classificação para a elite do futebol paranaense veio como resultado de um trabalho árduo. Sem contar com parcerias, o Paraná caminhou com as próprias pernas e com a ajuda do próprio Tcheco na chegada de jogadores. Foi ele quem convenceu diversos atletas a aceitarem a proposta do Tricolor.
“Isso não se dá nos cursos para a gente se atualizar e nas licenças. Eu abdiquei de dois terços do meu salário para estar aqui. Minha questão não era salarial”, disse.
Alguns jogadores abdicaram um pouco menos do salário deles. Mas com o salário vão reconquistar porque foi uma proposta nossa. ‘Se você quer valor X, vamos pagar Y. Mas se subir, você vai pagar X'. E o clube vai cumprir isso com todos eles porque agora querem um novo olhar, que honre os compromissos e não aquele que ficou devendo para um monte de gente e que quase fechou o clube.
Tcheco
O Paraná se prepara agora para enfrentar o Rio Branco pelo título da Divisão de Acesso. Os duelos ainda vão ter as datas confirmadas pela Federação Paranaense de Futebol (FPF), mas o jogo de ida será realizado em Curitiba. O Leão teve melhor campanha e por isso tem a vantagem de decidir em Paranaguá.