SAF do Paraná: qual o prazo final para os investidores e como está o planejamento do futebol?
O consórcio de investidores que planeja comprar 90% da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Paraná Clube tem até o dia 27 de janeiro para apresentar a proposta vinculante da negociação à diretoria do Tricolor.
A proposta vinculante é um documento jurídico que firma o compromisso entre as partes, em caráter definitivo, definindo valores e condições da transação.
A partir deste documento, tanto o clube, como os investidores, passam a ter obrigações assumidas, sob risco de multa em caso de descumprimento. Após a apresentação da oferta em questão, a diretoria do Paraná pode aprová-la ou rejeitá-la.
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Depois do período de recesso do Judiciário, os investidores do consórcio seguem otimistas em um desfecho positivo para compra da SAF do Paraná. Vale lembrar que o Conselho Deliberativo do clube já aprovou a venda, que recebeu aval também do adminstrador judicial do Tricolor, assim como da 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba.
O principal investidor do consórcio que está próximo de comprar 90% da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Paraná Clube chama-se Carpa Family Office, segundo apurou o UmDois Esportes. A previsão total de investimento é de R$ 430 milhões em dez anos.
Por outro lado, iniciativa de incorporar outro time – o maior interesse era no Cianorte –, foi abandonada por, principalmente, falta de tempo hábil para a costura de um acordo com finalização até o início do Paranaense.
Time para a Série Prata
Em meio às negociações da compra da SAF, o Paraná precisa se preparar para a disputa da Série Prata do Campeonato Paranaense, que tem previsão de início para 4 de maio.
Os investidores asseguram, de acordo com a apuração da reportagem, que um grupo de trabalho já está ativamente focado na montagem do elenco para a competição. A intenção é evitar que o Tricolor sofra com o atraso na contratação de profissionais para a única disputa que terá em toda a temporada.
O grupo também trabalha na estruturação física do clube. Inicialmente, a ideia era utilizar a Vila Olímpica, no Boqueirão, como centro de treinamentos. Mas como o local está praticamente abandonado e exigirá reformas e investimentos, existe ainda a possibilidade de utilização do CT Ninho da Gralha, que pertence ao empresário Carlos Werner, ainda em 2024. Um último recurso seria o aluguel de um CT particular.
Leilão da Kennedy
Paralelamente, o consórcio trabalha na confirmação do leilão da sede social da Kennedy, peça crucial do projeto de reestruturação do Tricolor.
No passado, a venda do patrimônio esbarrou em uma lei municipal, sancionada em 1958, que trata da doação do terreno pelo poder executivo ao Esporte Clube Água Verde, um dos embriões do Paraná Clube.
O texto da lei determina que a escritura de doação deveria ser gravada com as cláusulas de inalienabilidade e impenhorabilidade, o que significa que o terreno não poderia ser vendido ou penhorado.
Há uma avaliação em andamento sobre o imóvel da sede social e a confiança dos investidores na possibilidade do leilão, após determinação judicial, pois o dinheiro teria a função social de quitar dívidas trabalhistas com ex-funcionários e prestadores de serviço.
O valor da venda da Kennedy seria usado justamente para quitar este passivo. Há também a possibilidade de que credores troquem o débito com o Paraná por ações da futura SAF, sendo que alguns deles já demonstraram interesse na operação.