Rubão se despede do comando do Paraná, lamenta tropeços e exalta "reestruturação" do clube
No último fim de semana, Ailton Barboza foi escolhido para assumir a presidência do Paraná Clube no triênio 2025-2027. As eleições marcam também o fim do mandato de Rubens Ferreira, o Rubão, que ocupou o cargo durante um dos períodos mais turbulentos da história recente do Tricolor.
Rubens Ferreira, que assumiu o Paraná em um momento delicado, viu o clube cair da Série C do Campeonato Brasileiro para ficar sem divisão nacional, além de sofrer com o rebaixamento no Campeonato Paranaense. A falta de resultados dentro de campo foi uma marca frustrante de sua gestão.
Em entrevista ao UmDois Esportes, Rubão reconheceu os insucessos nas disputas. "Fazer futebol com recursos é difícil, imaginem sem disponibilidade financeira. Como não tivemos apoio, fomos obrigados a atuar em verdadeira 'economia de guerra', e com premissa básica de qualquer planejamento financeiro, ou seja gastar somente os recursos disponíveis e praticar o mantra 'se prometer cumpra, se não puder cumprir não prometa'", disse o presidente.
No entanto, o mandatário paranista destacou a importância de seu papel na reestruturação administrativa e financeira do clube, que enfrentava sérios problemas quando ele assumiu. Segundo Rubão, o Paraná estava em uma situação insustentável financeiramente, com salários atrasados e diversas pendências acumuladas.
"Assumimos em 2021 com 100 dias de antecedência, pois os dirigentes não quiseram concluir seus mandatos em funções das dificuldades que o clube passava. Encontramos um elenco com salários em atraso e uma folha de pagamento com valores extremamente elevados. Não tínhamos crédito/respeito de absolutamente ninguém pelos incontáveis compromissos assumidos e não honrados, responsáveis pela divida gigantesca atual", afirma.
"Destacamos que o Conselho Gestor no período dos últimos 03 exercícios cumpriu a todos compromissos com atletas, comissões técnicas, prestadores de serviços e fornecedores, que sempre receberam seus haveres, além de todos funcionários que tiveram todos seus direitos trabalhistas respeitados como férias, 13º salário e vencimentos, sem nenhuma distinção, fato este que não existia anteriormente", completa Rubão.
Rubão lamenta não ter conseguido o acesso no primeiro ano na Série Prata
Com a queda no Campeonato Paranaense em 2022, dezenas de torcedores do Paraná Clube invadiram o gramado da Vila Capanema e protagonizaram cenas lamentáveis, com troca de agressões com jogadores.
Por conta disso, o clube acabou sendo punido na Divisão de Acesso de 2023, jogando sem o apoio do seu torcedor, o que foi muito lamentado pelo presidente paranista.
"A invasão da torcida no jogo que decretou o rebaixamento abalou ainda mais a gestão financeira, pois fomos multados e foi imposta a perda de mandos de campo. Concluímos que se tivéssemos público nos jogos e apoio da torcida, o objetivo teria sido atingido", frisou Rubão.
Presidente do Paraná revela que sofreu ameaças no cargo
Rubens Ferreira também relatou que durante o período em que esteve à frente do comando do Paraná sofreu com ameaças de torcedores. Em alguns período do seu mandato, Rubão chegou a se afastar do comando para tratar problemas de saúde.
"Em alguns momentos extrapolei meus limites físicos, tive problemas de saúde e tive que me afastar e não me ausentar, pois mesmo não podendo frequentar as sedes do clube e ir aos jogos, continuei a par dos acontecimentos e participando de inúmeras reuniões virtuais. Eu e minha família sofremos todo tipo de ameaça e fomos privados e condenados ao cárcere privado, por defender exclusivamente os interesses do clube e jamais em beneficio próprio", lamenta o dirigente.
Com a gestão de Rubens Ferreira chegando ao fim, a expectativa agora recai sobre Ailton Barboza, que terá o desafio de continuar a recuperação financeira do clube e buscar, sobretudo, a retomada do Tricolor dentro de campo. Em 2025, o Paraná terá apenas a disputa do Campeonato Paranaense pela frente.