Paraná e a Valente: Entenda os contratos e lucros da marca própria do Tricolor
O Paraná realizou, na noite da última segunda-feira (29), uma reunião do Conselho Deliberativo. Em pauta, muitos assuntos relevantes e que têm sido alvo de dúvidas por parte da torcida paranista. Principalmente sobre os esclarecimentos do contrato com a fornecedora de material esportivo Spieler e o processo judicial entre Paraná e a LA Sports (Caso Thiago Neves).
A reunião on-line contou com membros da diretoria, conselheiros, convidados, 20 sócios do Paraná e durou cerca de quatro horas. O UmDois Esportes apurou alguns detalhes sobre os assuntos tratados.
Marca Valente e a parceria do Paraná com a Spieler
A Valente é a marca própria e registrada pelo Paraná. No entanto, a confecção dos produtos esportivos é feita pela fornecedora Spieler. O Tricolor recebe royalties em cima das vendas como proprietário da marca, ou seja, uma porcentagem.
Além de receber os enxovais que serão utilizados pelo time profissional, base e comissão técnica. Essa "terceirização" se dá porque o clube não tem como custear toda uma fábrica e produção própria dos materiais.
Segundo divulgado na reunião, foram mais de R$ 2 milhões anuais em vendas de materiais esportivos. Porém, o Tricolor recebe apenas entre 10% a 16% desse valor. A Spieler também gerencia a loja física da Kennedy e paga um valor como "aluguel" da loja.
Havia especulações de que haveria intermediários nessa transação. Os nomes do ex-presidente Leonardo Oliveira e da Torcida Organizada Fúria Independente seriam os principais envolvidos no assunto. No entanto, foi deixado claro na reunião que os únicos envolvidos no contrato são a Spieler e o clube.
Também foi esclarecido que um dos responsáveis por desenhar modelos do Paraná em 2019 era um membro da torcida organizada. Por isso, a confusão de um possível envolvimento dos torcedores no contrato. E a etiqueta da Fúria na camisa teria sido apenas um pedido do presidente da época como forma de cortesia.
Paraná x LA Sports
O empresário Luiz Alberto Martins de Oliveira Filho, da LA Sports, ganhou um processo contra o Paraná em 2021, ainda pelas perdas em negociações do meia Thiago Neves. Nesse nova ação, Oliveira cobra cerca de R$ 20 milhões do clube.
Antes da ação de Oliveira, o Paraná já havia perdido o CT Ninho da Gralha na Justiça, após ação do empresário Leo Rabello, da Systema, empresa que também tinha participação nos direitos de Thiago Neves. O CT acabou nas mãos do empresário Carlos Werner. [Entenda tudo aqui]
O processo ganho pelo empresário está com uma juíza para despacho desde fevereiro. As partes aguardam a homologação com o valor da indenização pelos cálculos dos advogados da LA Sports (os R$ 20 milhões) ou se será nomeado um perito para apurar o valor correto. O Paraná entende que o valor é muito alto e busca essa redução.
Demais assuntos da reunião
Sobre a eleição de membros do Corpo Transitório do Conselho Consultivo, os nomes só serão divulgados no próximo encontro. Assim como a reunião para aprovação do orçamento e balanço 2020, que terá um encontro em breve somente para tratar do assunto. O balanço precisa ser divulgado até o fim de abril - prazo estabelecido segundo a Lei Pelé.
Outro assunto relevante da reunião foi o afastamento do presidente Sérgio Molletta por 30 dias por motivos de saúde, após ele ter testado positivo para a Covid-19. Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, assume o cargo no período, com apoio dos demais membros da diretoria.
Além disso, assuntos como o impacto da pandemia no futebol e no orçamento para a temporada também foram explanados, mas sem nenhuma grande conclusão. O clube via na Copa do Brasil uma importante fonte de receita para 2021, mas acabou eliminado logo na primeira fase para o Cianorte. Agora, o objetivo é buscar recursos, principalmente com parcerias, para evitar que o Tricolor sofra por mais um ano com salários atrasados.
Qual o nível da sua paixão pelo Paraná? Responda o quiz especial!