Paraná Clube tenta evitar leilão da Sede da Kennedy
O Paraná tenta evitar que a Sede da Kennedy vá a leilão. No ano passado, o clube recorreu e conseguiu adiar o leilão inicialmente marcado para novembro. As novas datas dos pregões, definidas pela 15ª Vara Federal de Curitiba, são nos dias 9 e 23 de março.
O edital do leilão foi publicado nesta segunda-feira (21) e diz que o primeiro pregão terá início cinco dias após a publicação e encerrará às 14h do dia 9 de março. Ainda de acordo com o documento, o local está avaliado em R$ 62.399.975,00.
Nos bastidores, o Tricolor está se movimentando para solucionar esse impasse. O clube conseguiu que o leilão do ano passado fosse adiado depois que a nova diretoria havia recém-assumido.
Desta vez, em conjunto com o jurídico do Tricolor, o escritório de advocacia Moraes & Junior, de Brasília, foi contratado para cuidar exclusivamente do caso. A expectativa é tentar equalizar a dívida, através de negociação com o credor, e chegar a um acordo para preservar o patrimônio do clube.
"Os imbróglios administrativos e jurídicos eram tamanhos. O leilão da Kennedy inicialmente marcado para novembro, conseguimos através de alguns procedimentos jurídicos jogar para o dia 9 de março. E temos agora um escritório específico em Brasília tratando do assunto. Tivemos agora uma bela reunião essa semana tratando disso em Brasília", revelou o presidente Rubens Ferreira em entrevista ao canal oficial do clube.
O Paraná tenta negociar a dívida milionária, que gira em torno de R$ 35 milhões, com o Banco Central do Brasil (BACEN). A origem do débito são irregularidades nas transferências internacionais de atletas, como do ex-meia Ricardinho e do ex-atacante Ilan, ainda nos anos 1990.
Confira a tabela do Campeonato Paranaense
O clube busca um novo adiamento do leilão ou até o cancelamento. O Tricolor corre contra o tempo para reverter a situação, que deve ter novos capítulos nos próximos dias.
O Paraná também alega que, apesar da determinação da Justiça Federal, a Sede da Kennedy não pode ser leiloada por ser objeto de doação da Prefeitura de Curitiba ao Água Verde, um dos clubes que deram origem ao Paraná.
O impedimento é por uma lei municipal, sancionada em 16 de abril de 1958, pelo então prefeito Ney Braga.
Sede da Kennedy tem administração terceirizada
Desde o começo de fevereiro, a Associação Todos Juntos pelo Tricolor assumiu a administração da sede social da Kennedy depois de aprovação e assinatura de um contrato junto ao Conselho Deliberativo do Paraná.
O objetivo da terceirização é viabilizar o funcionamento do local e o torná-lo autossustentável.
"O único objetivo é de cuidar, recuperar e manter o patrimônio, sem ônus algum para o clube, e com o compromisso de que todo o recurso resultante do lucro líquido das operações seja direcionado a Centralização de Penhoras, onde o repasse ao clube acontecerá após o desconto dos 20%, conforme determinação judicial", diz o grupo em um comunicado oficial.
"Por conta dos históricos de prejuízos acumulados pela sede da Kennedy, pelo qual o Paraná Clube, na ocasião de posse da nova diretoria, o clube não tinha a mínima condição de assumir tais prejuízos, inclusive decidindo pelo fechamento da sede da Kennedy! Entendemos que o fechamento da referida sede causaria prejuízos a toda a comunidade, pois facilmente se tornaria um ponto de consumo de drogas e passíveis de acúmulos de lixos, além de uma perda irreparável de receitas num local com uma localização privilegiada e com um grande potencial", completa a nota.
O presidente Rubens Ferreira comentou sobre a situação da sede da Kennedy, elogiou o trabalho do grupo responsável e disse que recursos vindos do social têm contribuído no futebol.
"A Associação Todos Juntos pelo Tricolor é quem administra. Então todos estes custos que antes eram cabíveis ao clube, passou para a associação. E dentro disso, com os resultados aferidos, basta ver o que foi feito na Kennedy: melhoras na infraestrutura, no ginásio, iluminação, vigilância, segurança e por último falar da piscina. As pessoas acham que o Rubens vinha na piscina, o Rubens era do bolão. Nunca frequentei aqui a Kennedy neste sentido", afirmou.
"O trabalho feito é louvável. Eles trabalham de forma voluntária e, quando há eventos no Espaço Torres, a própria administração do estacionamento tem sido feita por eles. São valores que antigamente não entravam na íntegra para o clube. Então todos estes valores são destinados para as despesas dentro do clube. A Kennedy hoje não é mais um centro de despesas. Pelo contrário. Recursos que provêm da própria associação têm sido direcionados para o futebol. Então, ninguém tá usando um centavo de sócio para colocar na Kennedy", finalizou Rubão.