Exclusivo: Paraná Clube tem proposta inédita para vender sua SAF
O Paraná Clube recebeu uma proposta vinculante para a vender sua Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do clube. A oferta inédita até aqui foi referendada pelo Conselho Consultivo do Tricolor e será apresentada para aprovação do Conselho Deliberativo.
A informação foi revelada pelo presidente do Paraná, Ailton Barboza, em entrevista ao podcast Carneiro & Mafuz, que vai ao ar nesta quinta-feira (10), às 11h. Assista ao vídeo completo no final do texto.
“Hoje nós temos uma proposta vinculante, pela primeira vez, com condições precedentes, que apresenta um planejamento econômico, financeiro e desportivo dentro daquilo que o Comitê de SAF, criado no Conselho Consultivo, preconiza”, explica Barboza.
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Já o grupo de investidores autor da proposta pediu um período de 90 dias para o processo de due dilligence – etapa em que os potenciais investidores fazem a investigação e análise de riscos e oportunidades antes de fechar o negócio.
Neste período, o potencial comprador também fará as tratativas com os credores e o comitê de credores, na busca por uma negociação em relação ao deságio que deverá ser aplicado no pagamento das dívidas.
“Mas a proposta não depende só do clube, A gente já vem nestes dias todos, junto com o proponente, trabalhando as condições no que diz respeito ao clube”, ressalva Barboza.
De acordo com o dirigente, o grupo de investimentos postulante à compra do Tricolor, formado por estrangeiros e brasileiros, buscou profissionais com experiência em SAFs brasileiras.
Ailton Barboza, presidente do Paraná, no podcast Carneiro & Mafuz“Já implantaram duas SAFs no Brasil que estão em operação. E foram convocados por alguns investidores deste grupo, composto por investidores do exterior e também do Brasil”
Valores da proposta de SAF do Paraná Clube
Ailton Barboza ainda explicou como deve ser estruturado o investimento da SAF paranista em um período de dez anos. O objetivo, segundo o dirigente, é posicionar o Paraná entre as Séries A e B do Brasileirão.
Os aportes financeiros serão escalonados de acordo com a agenda desportiva do clube, ou seja, com as competições que estará disputando. Neste momento, o Tricolor está na Segunda Divisão do Campeonato Paranaense.
“Há um investimento mínimo para investir no futebol, nas outras atividades do clube e também na estrutura. Nesta proposta estão bem definidos quais são os investimentos mínimos”, inicia.
Em termos de estrutura, por exemplo, o projeto prevê a construção de um novo centro de treinamentos na subsede social do Boqueirão, em frente à Vila Olímpica.
“Hoje estamos numa Série B de Estadual, tem um valor mínimo a ser investido, que garante uma folha de pagamento mínimo. Isso vai subindo à medida que o clube vá galgando seu calendário esportivo”, prossegue, antes de citar valores.
“Eu diria que, na pior situação, nos dez anos em que estamos falando, com o clube na Série B do Estadual, o investimento mínimo será na casa dos R$ 250 milhões. Esta é a pior situação", afirma.
Ailton Barboza, presidente do Paraná Clube"Na medida em que o clube for subindo, este investimento pode chegar a R$ 700 milhões".
"É uma consequência natural. Pode chegar acima de R$ 700 milhões. Então é uma proposta que eu acho que é viável para o clube”, completa.
No entanto, Barboza explica aos torcedores que não adianta esperar investimentos pesados já para a disputa da Série Prata do Estadual em 2026.
“Não adianta você fazer um investimento de R$ 100 milhões numa Série B de Estadual, você nem vai conseguir montar uma equipe nestes valores. Então, digamos assim, seria uma folha para que o clube estivesse na média para cima [da competição]”, arremata.