Paraná muda plano de Recuperação Judicial e oferece sede da Kennedy como garantia
O Paraná Clube modificou o plano de Recuperação Judicial a pedido dos credores. Nesta segunda-feira (29), o clube protocolou o documento com novos valores para atender exigências.
Na primeira reunião, conduzida pela 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba, em abril, os presentes não ficaram satisfeitos com o antigo plano do clube, que sugeria descontos de 90% a 92% na dívida de R$ 119,4 milhões - atualizada em outubro de 2022.
Agora, o Paraná apresenta novos valores com menores descontos nas dívidas, entre 40% e 50%. No total, o Tricolor possui 428 credores. Veja abaixo todos os detalhes:
Quadro de Credores está dividido em
Para credores da Classe I, o clube tinha feito proposta anterior, em setembro de 2022, de 90% de deságio. Agora, no plano modificado, a proposta é de 40% para quem tem valores iguais ou inferiores a 150 salários mínimos (R$ 198 mil), com quitação em até um ano.
Já os créditos de natureza estritamente salarial, vencidos nos três meses anteriores ao pedido de Recuperação Judicial até o limite de cinco salários mínimos por trabalhador, serão pagos em até 30 dias após a publicação da homologação do plano. Não há credores na Classe II.
Para o pagamento dos credores das Classes III, o plano prevê um deságio de 50% sobre o total dos créditos. O pagamento será feito em 10 parcelas anuais.
Ainda na Classe III, há uma subclasse composta por credores com créditos oriundos de investimentos realizados na formação de atletas. Para estes, se prevê o pagamento dos créditos com deságio de 40%, feito também em até 10 anos. O plano anterior trazia deságio de 92% e pagamentos por até 15 temporadas.
Por fim, na Classe IV, o novo plano prevê um desconto de 50% sobre o total dos créditos. O pagamento será feito em 10 parcelas anuais. Os valores pagos serão sempre rateados proporcionalmente entre todos os credores das classes.
Paraná: Sede da Kennedy como garantia
Entre os meios para levantar recursos para pagamento das dívidas, o clube cita a transformação para Sociedade Anônima do Futebol (SAF), redução de custos, redesenho operacional de atividades, mas o principal deles está a inclusão da sede da Kennedy na negociação como garantia aos credores.
O Paraná tentará vender o imóvel ou utilizá-lo com exploração comercial. Mas ainda não há nada definido.
O Tricolor precisa conseguir junto ao poder público que o local possa ser vendido, já que ele possui cláusula de inalienabilidade, pois foi objeto de doação da Prefeitura de Curitiba ao Água Verde, um dos clubes que deram origem ao Paraná Clube. No ano passado, a Kennedy chegou a ir a leilão, mas não houve interessados.
A nova Assembleia Geral de Credores será realizada no dia 12 de junho, uma segunda-feira, e os credores decidirão se aprovam os novos valores propostos pelo clube. A reunião também deve trazer mais detalhes sobre o futuro do Paraná Clube.