Especialistas analisam os fracassos do Paraná Clube na Série B
Nesta Série B, o Paraná viveu momentos extremos. No começo da competição, o Tricolor liderou a disputa em quatro diferentes rodadas e permaneceu no G4 em 12 delas. A torcida expressava o sonho não só do acesso, mas, até mesmo do título.
Porém, houve uma queda brusca de produção. A partir da 11ª rodada, a equipe foi confirmando empates e acumulando, principalmente, derrotas. A realidade no segundo turno é outra: uma única vitória, dois empates e 11 derrotas.
Mas afinal, o que deu errado? Ouvimos a opinião de especialistas que avaliam os pontos que contribuíram diretamente na queda brusca do Paraná, que, atualmente, já tem 83% de chances de queda à Série C de acordo com o site Infobola, do matemático Tristão Garcia.
Restam cinco jogos para o final da competição. O Tricolor tem 33 pontos e é o 18º colocado. Para se livrar, terá que conquistar 12 dos 15 pontos em disputa.
Carneiro Neto – colunista do UmDois Esportes
"A queda brusca depois de um início promissor se deve a problemas internos, às constantes mudanças dentro do elenco e, sobretudo, de treinadores. Quem precisa contar tudo o que se passa no Paraná é a sua diretoria".
Augusto Mafuz – colunista do UmDois Esportes
"O normal do Paraná, sem time, com um presidente incapaz e se dinheiro, não era disputar a vaga pra subir. O normal seria o que agora está acontecendo, tentar se livrar do rebaixamento".
Carlos Eduardo Lino – comentarista doSporTV
"Uma resposta simples é impossível. O problema é complexo, a resposta também, e passa, certamente, por uma combinação. Tudo começa pela quebra de expectativa. A decepção pela queda de rendimento tirou a ambição time. Depois vem as trocas de treinadores. As lesões. A Covid-19. A ausência de cobrança em campo. Certamente há questões internas, financeiras e administrativas".
"No caso do Paraná, isso foi se somando a resultados absurdos, sem conexão inclusive com o futebol do time, que nunca foi tão ruim que merecesse cair. Tudo parece conspirar contra o Paraná. Ainda assim, um pouco de esforço, de ousadia e o time evita a queda. Se cair, vai ser das quedas mais difíceis de entender. O torcedor do Paraná, na arquibancada, já seria suficiente pra reacender o time. Mas este ano é atípico".
Sérgio Xavier Filho - comentarista doSporTV
"É bem difícil de entender como um time que belisca o G4 começa a despencar de maneira sem fim. Em campo, o Paraná estava andando porque tem um lateral inteligente, Paulo Henrique, que funciona bem para a Série B. Já na zaga faltou gente. Os colombianos, um deles alto (Salazar), deveria garantir de jogo aéreo, mas não posiciona bem, não sabe cabecear. Houve também o fator Renan Bressan. O jogador era pra ser o grande líder, mas se machucou e não consegue voltar bem. O time ficou acéfalo".
Confira a classificação completa da Série B e os próximos jogos do Paraná
"Vimos uma sucessão de troca de atacantes, sobretudo pelo lado, e nenhum funcionou. Além disso, em algum momento, o Allan Aal perdeu a mão do grupo, com aquela série de derrotas, mas aí, só se tem uma bala na agulha quando se trata de trocar o técnico na temporada. Tem que acertar na primeira chance e o Paraná claramente errou. Se tem um treinador que não funciona com trabalhos rápidos é Rogério Micale. Ele é estudioso, tem capacidade de trabalhos longos com jovens, mas não é apagador de incêndio. Com Micale dando errado, foi um “tchau” e o Paraná ficou condenado. Muito difícil imaginar uma reação nesta altura".
Guilherme de Paula – comentarista daTransamérica
"Um fracasso como esse acontece por uma série de fatores. Mas se tivesse que apontar o que transformou o Paraná passar de um time que chegou a brigar pelo acesso a um time que está lutando contra o rebaixamento, é a troca da comissão técnica no fim do primeiro turno. É muito provável que aquele time com o Allan Aal não mantivesse um nível para brigar pelo acesso, mas pelo jogo coletivo que o time tinha, o nível competitivo, pelo menos faria campanha para o meio da tabela, sem este atual pesadelo".
"Ali foi um símbolo de conceito errado da diretoria, não apenas pela troca, mas pela ideia de que o Paraná pudesse jogar mais do que jogava, de que poderia fazer mais. Isso foi uma supervalorização. Aquele time estava no limite e conseguiu uma arrancada boa porque era organizado e era formado por uma mesma comissão e treinador que estava trabalhando desde janeiro".
"Aquele time foi supervalorizado, e acreditando que poderia subir, se perdeu. Além disso, o mercado do Paraná não foi bem pelas restrições financeiras. Isso ficou evidente no ataque. A escolha do Rogério Micale trouxe um problema gigantesco. Ele quis mudar tudo, a forma de jogar e o time se perdeu de vez. Aí entrou em uma sequência que, agora, é difícil frear".