Paraná Clube corre risco de perder pontos após fazer seis substituições?
O empate em 0 a 0 entre Paraná Clube e Cascavel, pela sexta rodada do Campeonato Paranaense, corre o risco de ser anulado. O Tricolor fez seis substituições, uma a mais do que o permitido na regra do futebol.
Desde a pandemia, a Fifa autorizou o aumento de três para cinco trocas, desde que feitas em, no máximo, três paradas. A exceção para fazer mais mudanças é em caso de concussão, o que não aconteceu nas alterações do técnico Tcheco.
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No intervalo, Diego Tavares e Eduardo Tanque entraram nos lugares de Lucas Lourenço e Eduardo Tanque. Aos 13 minutos do segundo tempo, Lucas Ryan se machucou sozinho e deu lugar a Wallace. Aos 23, Júlio Rusch saiu com dores e foi substituído por Léo Silva. Para fechar, aos 29, Joesley e João Lucas jogaram nas vagas de Leandro Pereira e Kevin, respectivamente.
Tcheco justificou a autorização a mais no Paraná Clube. "Geralmente, o delegado e o 4º árbitro entregam os papéis para a comissão técnica. Nós fazemos as substituições de acordo com os papéis e nos entregaram seis. Nós temos a nossa responsabilidade, mas também tem a da arbitragem em geral. Quando faço uma, duas, eu pergunto quantas substituições ainda tenho", explicou.
"A contagem era de acordo com os papéis. Eles vêm todos grudados, nós tínhamos esse número. Não quero tirar nossa responsabilidade, volto a dizer, mas devido a esse número a mais de papel, nós fizemos essa operação", acrescentou.
Quais as consequências das seis substituições do Paraná Clube
Segundo o artigo 259 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), "a partida, prova ou equivalente poderá ser anulada se ocorrer, comprovadamente, erro de direito relevante o suficiente para alterar seu resultado".
O advogado Paulo Giffhorn explicou, em conversa com a reportagem do UmDois Esportes, que "a ocorrência de um erro de direito me parece bastante clara, tendo em vista que a equipe de arbitragem autorizou a realização da 6ª substituição — em flagrante desacordo com a regra da modalidade".
Ainda de acordo com Giffhorn, "o caminho mais 'lógico' seria que a própria equipe do Cascavel ajuizasse, dentro do prazo de 2 dias, um pedido de Impugnação de Partida, requerendo, justamente, a anulação deste jogo".
Ou seja, o caso vai parar no Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), que pode remarcar a partida. No entanto, o advogado destacou que "ainda que o TJD-PR decida que houve o erro de direito, os Auditores podem entender que a 6ª substituição não influenciou no resultado final da partida, o que faria com que a partida não fosse anulada", disse.
Cascavel se revolta
O executivo de futebol do Cascavel, Matheus Millet, confirmou que o clube vai atrás dos seus direitos. "Revoltante, né? Acho que essa é a palavra. A gente não pode, no futebol de hoje, admitir certas situações, essas seis substituições. O Cascavel vai atrás das medidas cabíveis para que a gente possa também se respaldar, porque o Campeonato Paranaense não pode ser balizado por essas coisas", afirmou o dirigente.
"Acho que a gente vem, todo mundo, em uma crescente. A Federação totalmente solícita, mas temos que ter muita atenção, porque é tão importante para a gente, quanto para o Paraná esse jogo. Então, fica aqui essa situação extremamente revoltante", acrescentou.
Millet ainda relatou uma conversa com o árbitro do jogo André Ricardo Martins. "Eu também já falei com o árbitro, espero que ele reveja todas as posições que ele toma dentro do campo. Caiu na pressão do time da casa e foi feito isso. Temos que ter muito cuidado. É um trabalho que, muitas pessoas não entendem, mas o futebol tem muito coisa envolvida por trás. Então, deixamos aqui nosso sentimento de revolta", finalizou o dirigente.
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Jornalista formado na PUCPR e especialista em Gestão e Marketing no Esporte na Uninter. Experiência em cobertura esportiva na Banda B, no Globo Esporte, na Rede CNT e no Paraná Portal. Colabora com o UmDois Esportes desde 2024....
