Nova diretoria, reunião com FDA, risco de rebaixamento: os dias decisivos do Paraná
O Paraná vive dias decisivos dentro e fora de campo. Transição da nova diretoria, resolução definitiva com a parceira FDA Sports e a luta contra o rebaixamento à Série D são alguns dos problemas que o clube vai tentar resolver nos próximos dias.
O primeiro passo vem com a transição da nova diretoria, que será comandada pelo presidente Rubens Ferreira. Alguns dos novos membros do Conselho Gestor iniciaram os trabalhos dentro do clube na última sexta-feira (13), enquanto que o presidente teve contato inicial com jogadores e funcionários no início da semana - já que ele se recuperava de uma laringite.
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O grupo vai atuar junto com a diretoria comandada pelo interino Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, antes da posse oficial em dezembro. Na partida contra o Figueirense, por exemplo, dois novos membros estiveram presentes no Orlando Scarpelli: Flávio Zonta, o 2º vice-presidente, e Rodrigo Vaz, do grupo de apoio.
O desafio agora é tentar reestruturar o clube para evitar o pior e aplicar o "choque de gestão" tão defendido por Rubão na campanha. Um destes desafios - e o principal - é a resolução com o futuro da parceria com a FDA Sports.
Parceira do Paraná fica sem dinheiro após um mês de acordo
Desde o início do mês, a empresa alegou não ter mais os recursos para fazer os pagamentos. O clube, no entanto, afirma que a FDA tem até o dia 22 de agosto, domingo, para acertar as pendências antes de caracterizar inadimplência do acordo. Uma possível rescisão antes da data poderia gerar multa. Mas o cenário é estarrecedor.
Na semana passada, os presidentes dos Conselhos Deliberativo, Renato Collere, do Conselho Consultivo, Rodrigo Vissotto, e de Conselho Fiscal, Lucas Munhoz, além do próprio Casinha, realizaram uma reunião, com certa dificuldade, com representantes da FDA e da Kerry - empresa chinesa responsável pelos valores do acordo - no dia 13.
"O objetivo de tal reunião por parte dos presidentes dos Conselhos está em receber de todas as partes envolvidas no contrato de parceria os devidos esclarecimentos e o status atual da parceria", diz o comunicado divulgado no site oficial.
A reportagem procurou Renato Collere para falar sobre quais serão os próximos passos e o que ficou definido em relação à parceria, mas ele resumiu: "Comunicamos que a reunião ocorreu e as partes estão conversando. No momento, é o que é possível divulgar para que o clube e a parceria não possam ser prejudicados", afirmou.
Confuso nos bastidores, Paraná não demonstra forças para reverter vexame na Série C
Em meio a todos os problemas extracampo, a torcida está preocupada - e até certo ponto conformada - com o que pode acontecer dentro de campo. Nono colocado do Grupo B, com apenas nove pontos, o Paraná está afundado na ZR, com obrigação de vencer praticamente todos os jogos e secando adversários mais próximos para evitar a queda para a Série D.
Em campo, porém, o time não dá sinais que pode reverter a situação e deixar as últimas posições. O elenco é limitado e vem perdendo peças semana a semana por conta de atrasos salariais e as indefinições com a parceria.
Parceria mal feita pode acarretar problemas ainda mais graves ao Paraná
O rompimento do contrato com a FDA pode ocasionar na debandada de atletas do grupo. E a quebra do contrato com a empresa pode gerar um problema ainda maior. De acordo com o despacho da Justiça do Trabalho, que autorizava a parceria entre as partes, "qualquer atraso na folha de pagamento, por mais de 15 dias, resultará no encerramento da reunião das execuções".
Ou seja, sem recursos financeiros, o clube corre o risco de perder o Ato Trabalhista. Mas os salários de jogadores e funcionários já estão atrasados por mais tempo - a expectativa e a promessa era de que o clube acertaria uma parte também nesta semana.
"Eu não contava com o momento negativo ao longo desses jogos, com desrespeito também a administração. Até então, a informação era da questão salarial ajustada e isso fugiu do controle, que não é segredo para ninguém", confirmou o técnico Silvio Criciúma após a derrota para o Figueirense na última segunda-feira.
O drama do Paraná em 2021 não tem fim. O clube passa por dias turbulentos e obscuros tentando evitar vexames históricos. E a torcida aguarda por respostas sobre o futuro da instituição dentro e fora de campo.