Os 100 dias de Maurílio no Paraná: altos e baixos, crise e classificação antecipada
O técnico Maurílio completa 100 dias no comando do Paraná no próximo sábado (15), quando encara o Operário às 11h30, na Vila Capanema, pela 11ª rodada do Paranaense. Desde o dia em que foi anunciado, uma quinta-feira, 4 de fevereiro, o treinador teve muito trabalho, altos e baixos, enfrentou a maior crise financeira do clube, mas conseguiu classificar a equipe às quartas de final do Estadual de forma antecipada.
Em seu retorno ao Tricolor, Maurílio falou da realização de um sonho depois de marcar história como jogador. "É um sonho que se realiza. Estou retornando para a casa onde conquistei muitos títulos e fiz grandes amigos. Estou com expectativa de reencontrar a torcida maravilhosa que sempre me abraçou e esteve ao meu lado", disse ao site oficial do clube na época. No currículo, tinha bons resultados em equipes de menor expressão.
Maurílio chegou ao lado do companheiro Ageu para iniciar uma reconstrução no Paraná. Ao todo, oficialmente, já foram 20 contratações (duas delas já deixaram o elenco: o zagueiro Anderson Salles e o atacante Elielton) para a montagem da nova equipe.
+ Veja a classificação do Paranaense
Logo de cara, devido aos adiamentos do Paranaense, o treinador teve de encarar um duelo decisivo da Copa do Brasil contra o Cianorte, mas o Tricolor acabou eliminado. O treinador assumiu a culpa e ficou chateado com a derrota - hábito comum após todos os revezes que sofreu na temporada.
Depois, vieram derrotas e tropeços em casa, que deixaram o clube entre os últimos colocados na tabela do Estadual. Além disso, uma goleada por 5 a 0 sofrida para o Coritiba, colocou ainda mais em dúvida o trabalho do comando técnico. No entanto, Maurílio mostrou que conhece o grupo e fez alterações que colocaram o Paraná eixos.
Já são três jogos de invencibilidade (duas vitórias e um empate) que trouxeram de volta a confiança aos jogadores e ao treinador. E, esses resultados, classificaram a equipe de forma antecipada ao mata-mata do Paranaense. Ao todo, à frente do Paraná, Maurílio tem 11 jogos, com quatro vitórias, três empates e quatro derrotas. O aproveitamento é de 45,4%.
O time base dele, no 4-3-3, tem: Bruno Grassi; Jaílson, Micael, Hurtado e Bryan; Moisés Gaúcho, Ramires e Maxi Rodriguez; Gustavo França, Juninho e Gustavinho. O atleta que mais atuou foi o volante e capitão Ramires, que disputou todos os jogos até o momento.
E, no meio de todos esses desafios em campo, o treinador ainda teve que lidar com cortes de gastos do clube, pandemia, mudanças na presidência e na direção de futebol. Maurílio ainda precisa colocar mais seu estilo de jogo na equipe, mas o pouco tempo para treinos prejudicou o técnico - ponto que vive sendo levantado por ele nas entrevistas coletivas. Mais reforços também precisam vir para a Série C.
Maurílio analisa começo de trabalho no Paraná
O treinador fez um balanço do trabalho até aqui, disse estar satisfeito, mas pediu tempo para ajustar todos os problemas da equipe, que ainda está em reconstrução.
"Temos que evoluir sempre. Mas estamos satisfeitos com o trabalho que vem sendo feito, mas sempre cobrando para que os atletas possam render mais. O balanço que a gente faz é que, em uma reconstrução, é muito difícil de você alcançar o objetivo rápido. Hoje, o futebol é imediatista. Hoje, ele quer o resultado para ontem. A gente vem buscando essa reconstrução e ela vai ser devagar, vamos ter problemas, vamos perder jogos, mas vem a recuperação", afirmou após o empate com o Azuriz por 0 a 0.
Com o perfil mais "paizão", mas também muito exigente, Maurílio tem domínio total do elenco e em seus discursos gosta de ressaltar sua experiência como jogador e ídolo paranista. O ex-atacante ainda não tem 100% da aprovação da torcida como treinador, mas já provou que, com apoio, recursos e paciência, pode levar o Paraná aos objetivos em 2021.