Justiça aprova venda da SAF do Paraná Clube
O Paraná vai virar SAF. A Justiça aprovou, nesta terça-feira (12), a venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Paraná Clube. A juíza Mariana Fowler Gusso, titular da 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba, homologou a proposta da Carpa Family Office, que ofereceu uma proposta de compra de 90%, conforme já havia adiantado o UmDois Esportes. O grupo, que tem escritórios no Rio de Janeiro e em São Paulo, lidera os investidores que planejam aportar R$ 430 milhões no Tricolor ao longo de dez anos.
Ainda no despacho, a juíza também autorizou a possibilidade de incorporação de outro clube estadual - as negociações devem ser retomadas com o Cianorte. A liberação da Justiça era passo crucial, já que o clube realinhou o pagamento de suas dívidas há pouco mais de três meses.
Na segunda-feira (11), os responsáveis pela administração judicial do Paraná já haviam emitido parecer positivo à venda da SAF. O Paraná Clube completa 34 anos de história na próxima semana, no dia 19 de dezembro
Especializada em gestão de fundos, planejamento financeiro familiar e patrimonial, a empresa administra cerca de R$ 6,3 bilhões atualmente. O objetivo do grupo de investidores era que a proposta fosse aprovada o quanto antes, para que os investimentos já possam ser feitos para a disputa da Divisão de Acesso, que ainda não possui data de início definida, mas deve acontecer a partir de abril de 2024.
A intermediação é conduzida pelas empresas Bridge Sports Capital e Pluri Consultoria, que assessoram outros nove clubes brasileiros no processo de transformação para SAF, entre eles Juventude, Vila Nova e Náutico.
De acordo com os investidores interessados em comprar o Paraná, o objetivo é recolocar o time na Série B em até 2028, dobrar o valor de mercado em cinco anos e tornar o clube referência em gestão e viabilidade financeira.
Outro ponto do projeto cita o resgate da "a autoestima e orgulho da torcida paranista", infraestrutura compatível com os objetivos e categorias de formação entre as 15 melhores do país em prazo de sete anos.
Sem divisão nacional desde 2022, quando disputou a Série D, o Paraná disputará a Segunda Divisão do Paranaense pela segunda vez consecutiva em 2024. Em junho de 2023, o plano de recuperação judicial do time foi aprovado pela Justiça, que deu sinal verde para a venda da SAF paranista.
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Venda da Kennedy, compra de clube e potencial construtivo
Nesta segunda, a juíza também autorizou o leilão da sede da Kennedy e a venda de potencial construtivo da Vila Olímpica do Boqueirão. Agora, o Paraná tem um prazo de 10 dias para dar mais detalhes do modelo de negociação à Justiça.
É importante ressaltar que tais ações estão no campo das possibilidades, ou seja, não são concretas. Apenas após um eventual aval da Justiça os investidores buscariam meios de concretizá-las. Os investidores da SAF chegaram a negociar a compra do Cianorte, mas o acordo não evoluiu.
Veja os trechos do despacho:
"Outrossim, a recuperanda se manifestou no mov.2489, onde fez quatro requerimentos: a)
a venda da UPI da sede Kennedy; b) venda do potencial construtivo do imóvel
denominado Vila Olímpica Boqueirão; c) autorização da venda da SAF Paraná Clube
como UPI; d) autorização para incorporação de um outro clube do Estado do Paraná com
vistas a assegurar a participação da SAF em três importantes competições do Calendário
do Futebol Brasileiro".
"No entanto, deve ser a recuperanda intimada para que informe a modalidade com que
pretende a venda desta (através de leilão, proposta, proposta com stalking horse, etc.),
inaugurando esse processo competitivo, para que possa ser avaliado pelo administrador
judicial e homologado pelo juízo o formato a ser proposto. O prazo é de dez dias".