Com 43 anos, Hilton bate recorde na Europa e deseja sorte a Maurílio e Ageu no Paraná

Com 43 anos, o zagueiro Hilton, ex-Paraná, segue na ativa na primeira divisão do Campeonato Francês. Capitão do Montpellier, o xerife quebrou um recorde ao fim da última temporada: chegou a 500 partidas na Ligue 1 e tornou-se o primeiro estrangeiro a chegar nesta marca na história.
Em um campeonato que cresce a cada ano e tem nomes como Neymar, Mbappé, Marquinhos e Bruno Guimarães, o veterano já fez história e é ídolo no clube do interior. Hilton admite que não imaginava chegar a um recorde tão significativo na Europa.
"É incrível. Quando eu cheguei, pensei que ficaria só seis meses e já iria embora. E chegar e ser o primeiro brasileiro e estrangeiro a chegar a 500 na Liga 1, acho que é uma coisa fora do comum, ainda mais na minha idade, com 43 anos. Chegar nessa marca é excepcional. Vou ficar marcado na história do francês", afirmou.

Revelado na Chapecoense, Hilton, brasiliense de nascimento, chegou ao Paraná para o primeiro contrato profissional em 1999. Ficou quase três temporadas e se destacou, junto com toda equipe paranista, no título do Módulo Amarelo da Copa João Havelange em 2000. Hilton relembra a temporada que ficou na memória dos torcedores paranistas.
"É uma satisfação imensa, independente de ter sido pouco tempo no Paraná, eu consegui deixar a minha marca. Desde que eu cheguei no Paraná, eu sempre tentei dar o máximo, sempre tentei ser o melhor pro time, acho que foi isso que me fez eu me identificar com a torcida", disse Hilton.
"Foi maravilhoso. Todos os jogadores que fizeram parte daquela temporada de 2000, nós tínhamos uma família. Éramos entrosados dentro e fora de campo. Não tinha 11 titulares, na verdade, eram todos titulares. Todos tinham pensamento positivo. Acho que isso que fez a gente ter aquela campanha maravilhosa. Claro que queríamos ter ido mais longe, mas ter conquistado o Módulo Amarelo, ainda mais naquele ano, foi muito importante e ficou marcado na minha carreira", completou.

Depois de se destacar no Paraná, Hilton recebeu uma proposta de um clube de México, mas conta que só não foi por um conselho do então presidente Ênio Ribeiro. O próximo destino seria o Servette, da Suíça.
"Eu estava no Paraná e tinha uma proposta para ir pro México. Eu agradeço o presidente da época Ênio Ribeiro que não me deixou ir. Ele falou 'não vou te deixar ir pro México, porque um jogador com a sua categoria, ir pra lá, você vai ser esquecido. Vai surgir um time na Europa, na Suíça, que será melhor para você'. E foi assim que aconteceu", relembrou.
Na Suíça, Hilton ficou apenas duas temporadas e partiu para a França. Passou por Bastia, Lens e Olympique de Marseille (no vídeo, ele conta ter sofrido um assalto na cidade de Marselha) antes de chegar ao Montpellier na temporada 2011/2012. Já no seu primeiro ano no clube do interior, conquistou a Liga 1. Desde então, já são 10 temporadas atuando como titular mesmo no alto dos seus 43 anos. Na temporada atual, o zagueiro já tem 20 jogos.
A vida saudável e os treinamentos regrados são os segredos para o condicionamento atlético do ex-paranista. Mas ele já disse que não pretende jogar muito mais tempo. A ideia é tornar-se diretor.
Hilton deseja sorte a ex-companheiros de Paraná

E, mesmo de longe, o veterano tem acompanhado o Tricolor. O defensor comenta a situação triste do clube após a queda à Série C e deseja sorte aos ex-companheiros Maurílio e Ageu. Com o auxiliar técnico, inclusive, Hilton revela já ter conversado. Assista na entrevista completa.
"Tenho acompanhado o Paraná, mesmo de longe. Não assisto os jogos, porque os fusos horários são complicados aqui. Mas eu vi que foi um ano complicado. A pandemia acabou prejudicando um pouco o Paraná, porque ele começou muito bem a Série B e depois da pandemia passou por momentos díficeis e foi rebaixado. Desejo agora boa sorte pro Maurílio e pro Ageu", finaliza o zagueiro.