Conheça Erivelto Silveira, candidato à presidência pela chapa “Resgate do orgulho paranista”
O UmDois Esportes iniciou na quinta-feira (29) uma série de entrevistas com os candidatos à presidência do Conselho Gestor do Paraná para o triênio 2021-2024. A terceira e última entrevista é com Erivelto Luiz Silveira, 62 anos, que concorre pela chapa "Resgate do orgulho paranista".
Apaixonado pelo Tricolor desde pequeno por influência do pai, Erivelto é formado em Geologia e atua há muitos anos na maior companhia de Saneamento do Paraná. O candidato tem vasta experiência em gestão de empresas. Conselheiro do clube, também concorreu à presidência na chapa de oposição à de Leonardo Oliveira, a "Paraná, o clube do futuro", em 2015.
A chapa é formada também por Darkles Guimarães de Oliveira como 1º vice-presidente, Marcelo Thomé da Silva Medeiros como 2ª vice-presidente, e Aderval Paulo Filho e Alamir Marquette Martins como membros.
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A chapa escolheu o nome pensando justamente no objetivo de resgatar o que o Paraná foi no passado. Erivelto prometeu uma administração aberta, com foco no torcedor e na busca pela volta da credibilidade da instituição. Além disso, fez duras criticas à gestão da última diretoria.
As eleições do Tricolor ocorrerão no dia 9 de agosto, das 10h às 20h, de forma presencial. No dia 5 de agosto, o clube fará a apresentação oficial das chapas e um debate. Ao todo, 508 sócios estão aptos para votar.
Confira os principais trechos da entrevista com o candidato Erivelto Silveira
Por que assumir o Paraná neste momento?
Todo mundo gostaria mesmo é de ser presidente do Palmeiras. Você tem uma caneta na mão e muito dinheiro no banco. Mas o que aconteceu que nos deu esse comprometimento em assumir o Paraná, foi em função da gestão caótica que nos deixou nosso ex-presidente. Essa pessoa assumiu o clube de forma ditatorial, se fechou, quis fazer tudo sozinho e o resultado está aí. Eu acho que o cargo de presidente subiu à cabeça e o ego falou mais alto.
Nós, nas conversas com nossos amigos, decidimos que alguém tinha que fazer alguma coisa. Nós temos um amor pelo Paraná de muitos anos e todos chegaram e falaram 'vamos montar uma chapa'. E, como eu já havia concorrido justamente contra o ele [Leonardo Oliveira], aí acharam que eu poderia ser o nome para conduzir o grupo. Eu não tenho vaidade de cargo, não sou apegado a isso, tanto que o meu propósito é que nós iremos fazer uma gestão participativa, aberta e acessível a todo. Assim como resgatar nossa credibilidade aos atletas, aos nossos fornecedores, torcida. Temos que fazer uma oxigenação administrativa e financeira dentro do nosso clube.
Como avalia o momento do Paraná e qual a principal mudança que precisa ser implantada?
Serão seis projetos, porque não adianta chegar no Paraná com um cartilha, um livro de 100 páginas. Você tem que começar do zero, porque tudo que foi feito durante esses últimos anos, é deprimente, dá vergonha de ver como o clube foi conduzido. Nós já estamos trabalhando. Mas, de imediato, vamos implantar uma reestruturação administrativa e financeira. Não adianta ter um livro de 100 páginas, com 150 tópicos, se você não tem foco e ciência do que precisa fazer. Dinheiro a gente não tem. Se você não cuida de R$ 1, não adianta ter R$ 1 milhão no banco. Temos que cuidar de cada centavo, que serão muito importante para administrar.
Temos que ter processos modernos. Hoje, temos muitas ferramentas tecnológicas para colocar à disposição dos nossos torcedores, como o pix. Temos que valorizar nossos torcedor, dar acessibilidade, fazer ele se sentir dentro do clube. Hoje, nosso torcedor não recebe uma mensagem de aniversário. Isso é um dos primeiros pontos.
Também pretendemos ter um diálogo franco e aberto com todos os poderes do clube e, principalmente, com nossos sócios. Eu já exerci muitos cargos e nunca trabalhei de porta fechada. Todos os integrantes da nossa chapa têm a vida financeira resolvida, nós não precisamos de dinheiro para pagar conta. Estamos colocando nosso tempo para o clube. Estamos pensando no bem estar dos nosso colaborados, torcedores. Mas, para isso, precisamos de credibilidade. Precisamos mudar o que foi feito atrás. E estamos aberto para quem quiser fazer negócio com o Paraná.
O terceiro ponto está voltado para o marketing e departamento comercial, que esse vai ser muito importante na busca por novas receitas. O que nós precisamos aqui é ter uma eficiência muito maior no marketing. Nós pensamos em transmissões dos nosso jogos em diferentes plataformas. Não temos que ficar vinculados em uma, temos que abrir o clube. Pretendemos implantar o passaporte tricolor, que é um programa de afiliados que lá no passado deu certo.
A valorização dos sócios e do quadro de funcionários. E isso passa pela credibilidade que temos que retomar ao Paraná. Os funcionários e jogadores precisam estar com os salários em dia.
Já quinto ponto já temos implantado no clube, que é o trabalho de governança. Isso está passando pelas regras e normas de compliance, e nós queremos fortalecer esse trabalho dos comitês. Temos que acompanhar a unidade de negócio. Deu lucro continua, não deu lucro, tem que extinguir.
E o último ponto, que é o principal, é voltar a ter um futebol competitivo. Aí é que está a nossa vontade toda de voltar a experiência eleitoral. Mas não adianta chegar aí e dizer que vamos resolver toda a nossa situação em um ano. O Paraná só será resolvido com projetos a longo prazo, com no mínimo três gestões, é para 10 anos. Temos que, no momento atual, ter ajuda a curto prazo de empresários, de pessoas que podem nos ajudar, mas temos que acabar com os jogadores de aluguel, do jeito que está acontecendo.
Temos que voltar à olhar para a nossa base e voltar a revelar jogadores. Aí sim nossos problemas serão solucionados. Ninguém está prometendo milagre, mas trabalho. Ninguém está prometendo Série A daqui dois anos. Prefiro ficar com o clube na Série B se reestruturando, do que subir e entrar do jeito que entramos, com uma condução caótica. Um vexame. Com R$ 45 milhões nosso ex-presidente conseguiu uma campanha vergonhosa e nos rebaixar. E mais, aumentando as dívidas do clube. Tanto que elevou a dívida para mais de R$ 140 milhões. Temos que resgatar a credibilidade e, para isso, pedir desculpas ao ex-jogadores, aos funcionários, fornecedores do que aconteceu nos últimos cinco anos.
Por que o nome da chapa é "Resgate do orgulho paranista"?
É pela humilhação e situação que nos deixou o nosso último presidente. A vergonha que viemos passando nos últimos cinco anos. As outras administrações iam trabalhando de forma, apesar dos problemas, até que bem. Mas a última foi vexatória. O nome é para trabalhar no sentido de ter uma administração decente, de termos jogadores comprometidos e que isso permita ao nosso torcedor ter orgulho de usar a camisa, mesmo perdendo jogo. Hoje, o pessoal está com vergonha de vestir a camisa. Resgate do nosso futebol e da nossa instituição.
Quem são os outros membros da chapa?
O Darkles tem muito conhecimento do clube e exerceu muitas funções. É empresário de Curitiba no ramo de tecnologia há mais de 25 anos e conselheiro vitalício do clube. Foi membro do Conselho Deliberativo, foi vice-presidente de esportes sociais, foi um dos criadores da torcida virtual Paranautas e concorreu à presidência ao lado do Ivan no passado. É uma pessoa muito comprometida, que tem uma grande história no Paraná. E, como os demais, é muito competente.
O Marcelo Medeiros é advogado, assessor político, é filho do grande Fernando Medeiros, que foi vice-presidente lá em 96/97 quando fomos pentacampeões. Também tem participação no Conselho Deliberativo.
Já o Aderval é muito capacitado nas áreas que atuou. Foi presidente por cinco anos de associações de saúde e de entidades de gestão de saúde do Paraná. E, por 37 anos, trabalhou na maior companhia de Saneamento do Paraná. É conselheiro do clube. Também é formado em Jornalismo, com pós-graduação em planejamento estratégico, além de ter sido assessor de comercial e de comunicação.
E o Alamir é empresário do ramo de agronegócio há mais de 22 anos, tem vasta experiência em administração de empresa. É atuante no nosso Conselho desde 2015. Também temos outras pessoas especializadas que estão nos ajudando em outras áreas, como no futebol, na área jurídica, nos negócios, no marketing e na estratégia de campanha.
O que avalia como principais erros das últimas diretorias e como recomeçar o Paraná?
O principal erro foi ter uma administração centralizadora. Isso foi o principal da última gestão. Totalmente diferente do que se deve conduzir uma empresa nos dias de hoje. Você tem que estar abertos e pessoas competentes ao seu lado. A postura de um presidente precisa trabalhar de portas abertas, tanto para o mais humilde colaborar quanto ao mais alto investidor. Não podemos projetar times, com jogadores não podemos pagar. É a lei de casa, não adianta você querer gastar R$ 5 mil com mercado, se você só recebe R$ 2 mil. Tem que trabalhar com o que você tem. Isso leva somente ao desastre.
Quais são suas principais propostas para o clube?
Nós vamos atuar muito forte na base. Hoje, precisamos, na nossa situação, desses parcerias e termos empresários dentro do clube. Mas chega de termos jogadores de aluguel no Paraná. Temos que produzir e trabalhar com jogadores que vêm de fora, mas temos que ser autossustentáveis. Temos e vamos dar uma condição forte para base. E já temos projeto e parceiro para implantação disso no dia 1º de janeiro.
A nossa base precisa voltar a ser o que era. Por isso que nos nossos planos estão a remodelação da Vila Olímpica e também ter um novo acordo com o Carlos Werner, fazer uma proposta. E, se não houver um acordo, nós vamos buscar outra opção. E uma das opções, eu estou em contato com uma associação, que tem dois belos campos de futebol. Nós não vamos se apertar. O nosso foco é reestruturação do Ninho da Galha.
Na Kennedy, a gente tem conhecimento de que outros clubes conseguiram reverter, mas a nossa situação é mais grave. Mas vamos tentar de tudo para reverter. A nossa advogada já está analisando isso. E a Vila Capanema, nós já trabalhamos lá em várias atividades no conselho de obras, como no gramado e na construção dos camarotes. Mas o que interessa para nós, é termos um estádio mais aconchegante. Já tenho conhecimento de um estudo que foi feito e estou acertando detalhes com empresas para tentar a remodelação da Vila Capanema. Já temos três empresas interessadas, não podemos divulgar, mas são duas de Curitiba e uma de fora do Estado. E temos parceiros para a construção de uma nova Vila Capanema.
A geração de receitas vai ser melhor de conseguir se a gente tiver mais credibilidade. E isso passa também pelo apoio do nosso torcedor. Nosso sócio precisa ser valorizado e acolhido dentro da instituição. Hoje, nosso torcedor só é lembrado quando tem conta para pagar. O nosso marketing será focado nisso, na busca por receitas, trabalhando fortemente com os sócios. Serão programas que serão implantados junto com empresas que vão permitir que nosso clube tenha eficiência nisso.
Como você viu essa parceria entre Paraná e FDA Sports?
Hoje, eles são parceiros do Paraná e tem contrato. Nós queremos implantar sistema de compliance, com isso temos que ser éticos e profissionais. Temos que tratar a FDA com respeito, assim como todos os nosso colaboradores e pessoas que tiveram interesse no clube. Tem contrato, nós vamos respeitar. O que é bom, vai ter continuidade. Se não for bom, simplesmente se extingue. E isso vale para todos, não somente com a FDA. As negociações estão abertas e, se for saudável para o clube e para os sócios, serão mantidos. Vamos trabalhar desta forma com todas as instituições.
Acesse o plano de trabalho completo da chapa "Resgate do orgulho paranista".