Ex-Paraná, volante lamenta situação do clube e fala sobre adaptação na Europa
Um dos destaques das categorias de base do Paraná nos últimos anos, o volante Carlos Dias, 21 anos, está em sua primeira temporada defendendo as cores do Apoel, do Chipre. Paranista de coração, o jogador falou com exclusividade ao UmDois Esportes sobre sua adaptação no novo clube, a situação atual do Tricolor, início da carreira e se um dia pensa em voltar.
Carlos Dias chegou ao Paraná em 2016 e, desde então, destacou-se na base. Natural de Rio Negro, cidade da região sudeste do estado, começou a jogar futebol por influência familiar. Mas a grande virada de chave na carreira do jovem foi a Copa São Paulo de 2020.
Depois de ótimas apresentações na Copinha, o volante foi promovido ao time principal por Allan Aal. Entre Paranaense, Copa do Brasil e Série B foram dez jogos. A última partida pelo Paraná foi contra o Confiança, na Vila Capanema, pela primeira rodada da Segunda Divisão.
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A ascensão meteórica em campo despertou o interesse do Apoel e a negociação também foi rápida. Segundo Dias, ele ficou sabendo da situação uma semana antes de embarcar para o Chipre. Pelo Apoel, na temporada 2020/2021, o volante já atuou em oito jogos.
"Fiquei sabendo da minha ida ao Apoel uma semana antes de embarcar. Fiquei um pouco surpreso, mas, ao mesmo tempo, muito feliz pela oportunidade, por ser um sonho em jogar em uma equipe de nome na Europa. E também muito feliz porque eu estaria ajudando o Paraná, um clube que eu torço e que me revelou", declarou.
Na época, os valores da transferência não foram divulgados. O Paraná ainda detém 50% dos direitos do atleta.
Confira a entrevista com o volante Carlos Dias:
1) Como foi o seu início no futebol? Você é de qual bairro, cidade? Como entrou no mundo da bola?
Iniciei no futebol na minha cidade (Rio Negro) com apenas cinco anos, num projeto do professor Sandro, no Bairro Bom Jesus. E, em seguida, passei com o treinador Jair no Bairro Alto. Eu entrei no mundo da bola por causa da família que vivia jogando, meus pais, tios e isso foi um incentivo para eu iniciar no mundo da bola.
2) Você teve uma ascensão muito rápida no time profissional do Paraná. Como que foi ter se
destacado na equipe principal?
Saberia que um dia minha oportunidade iria chegar. E eu sempre coloquei na minha cabeça que quando a oportunidade chegasse, eu não poderia deixar escapar. Foi isso que eu fiz na minha estreia e nos outros jogos.
3) Como surgiu o convite para jogar pelo Apoel e como foi pra você se transferir para o exterior tão jovem?
Então, fiquei sabendo da minha ida ao Apoel uma semana antes de embarcar. Fiquei um pouco surpreso, mas, ao mesmo tempo, muito feliz pela oportunidade, por ser um sonho em jogar em uma equipe de nome na Europa. E também muito feliz porque eu estaria ajudando o Paraná, um clube que eu torço e que me revelou.
4) Com quem você mora aí, o que faz nas horas vagas, o que pode falar sobre clima e comidas
tradicionais?
Aqui eu moro com minha mulher. Nas horas vagas, agora estou estudando muito o inglês e a cultura do país. Gosto de ir em restaurantes para conhecer a comida e entre outras coisas. Aqui é um país muito quente, algumas comidas tradicionais daqui que eu gosto bastante é o Halumi, Souvlake.
5) O time possui só mais um brasileiro, como tem sido pra você questão de idiomas, treinos,
amizades?
Então, no começo foi um pouco complicado, porque a língua dificulta bastante na hora do treino e até antes, mas fui me adaptando o máximo possível para eu poder me comunicar com meus companheiros e treinadores. E também aqui no clube tem um tradutor que nos ajudava muito e isso foi facilitando pra mim.
6) Por fim, você acompanha o Paraná? Como vê a situação do clube no momento? Sonha em retornar um dia?
Sim, estou acompanhando quase todos os jogos desse ano. Só fica um pouco complicado de ver pelo horário, mas eu vejo que não é uma boa situação o que o clube vem passando, mas creio que isso vai passar. Se Deus quiser, vamos subir e as coisas vão começar a melhorar, porque esse clube merece muitas felicidades, a torcida merece muito isso. Hoje, meu foco é aqui na Europa, quero crescer muito aqui, mas nunca é um adeus para o clube que me revelou. Quem sabe lá na frente eu volto, seria uma honra até, por eu torcer para o clube.