Presidente do COI admite que houve dúvidas sobre realização da Olimpíada
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, admitiu que durante a preparação para os Jogos de Tóquio-2021 "houve dúvidas todos os dias" devido à pandemia, embora a entidade tenha decidido não torná-las públicas para não alimentar incertezas sobre o evento.
Bach fez esta declaração ao apresentar o relatório final sobre os preparativos para os Jogos na 138ª sessão plenária do COI, que começou nesta terça-feira (20), em Tóquio, em formato misto/presencial e por teleconferência.
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O dirigente declarou que o COI e os anfitriões japoneses "enfrentaram uma escolha no início da pandemia: cancelar ou adiar" e reconheceu que a primeira "teria sido a escolha mais fácil". Mas o COI e os anfitriões japoneses "nunca consideraram o cancelamento", segundo Bach.
Ele admitiu que os responsáveis pelos Jogos "não sabiam como seria complexo" realizar o evento no meio de uma pandemia, algo que nunca havia sido feito. "Houve dúvidas todos os dias e muitas noites sem dormir. Como todo mundo no mundo, não sabíamos o que o amanhã traria", reconheceu Bach em seu discurso na sessão plenária.
O presidente do COI explicou que a entidade decidiu "não manifestar essas dúvidas", pois com isso "teria contribuído para o clima de incerteza".
Também na plenária, a presidente do comitê organizador de Tóquio 2020, Seiko Hashimoto, admitiu a dificuldade do caminho para os Jogos Olímpicos na capital japonesa, assim como as "limitações" de uma edição que "será muito diferente" das demais. Apesar de tudo isso, Tóquio 2020 pretende "revisitar o valor do olimpismo e reconectar todos", um novo tipo de Jogos que ela propôs chamar de "o modelo de Tóquio".
O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, que também esteve presente, disse que "a luz ao final do túnel da pandemia está agora à vista", e que os Jogos de Tóquio acontecerão neste cenário. "Na maioria dos casos, não haverá espectadores nas arquibancadas. Mas o significado dos Jogos não será reduzido", declarou.