salto em altura

Lesionada, paranaense formada em assentamento do MST, não compete em final

Por
Folhapress
04/08/2024 16:58 - Atualizado: 04/08/2024 16:59
Valdileia Martins alcançou a final do salto em altura
Valdileia Martins alcançou a final do salto em altura | Foto: Wagner Carmo/CBAt

A paranaense Valdileia Martins, atleta formada em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), chegou à final olímpica em Paris, neste domingo (4). Mas, por causa de uma lesão, ela não conseguiu efetivamente disputar a final do salto em altura nos Jogos Olímpicos.

A atleta sofreu uma entorse no tornozelo ainda durante as eliminatórias, na sexta, depois de passar 1,92m e igualar o recorde brasileiro. Ainda sem a confirmação da vaga, tentou 1,95m e se machucou.

Ela passou dois dias em tratamento na Vila Olímpica e sua vitória foi vir ao estádio olímpico e participar da final. Ela não aqueceu o salto, ainda que tenha aquecido a corrida levemente, e depois sentou-se.

Na sua vez de saltar, deu uma pequena corrida e parou. Oficialmente, ela termina a competição como NM, de "no mark" (sem marca) e não como DNS, de "did not start" (não largou). Valdileia, aos 35 anos, estreante em Olimpíadas, se despede de Paris entre as 12 melhores dos Jogos.

"Não consegui recuperar porque deve ser alguma lesão séria. Estava com dificuldade de andar. A gente tentou fazer gelo para tentar saltar na final. Mas quando tenho que usar o pé 100%, ainda não consigo colocar força", disse, em entrevista ao Sportv.

Ela também afirmou estar satisfeita com seu desempenho. Com a marca de 1,92 m alcançada na fase de classificação, ela igualou o recorde brasileiro estabelecido em 1989.

"Gostei muito do resultado. Vim trabalhando bastante para que isso acontecesse aqui [em Paris-2024]. Queria quebrar o recorde, acabei igualando. Mas estou muito satisfeita e sei que posso ir além."

Valdileia Martins perdeu o pai durante os Jogos

Valdileia, ou Val, também comentou a perda de seu pai, que morreu de infarto na última segunda-feira (29). Segundo a atleta, sua família a incentivou a competir em homenagem ao ele, o seu Israel Martins.

"Sei que ele está feliz. Agora é uma fase muito difícil que eu sei que tenho que superar. Meu pai é minha motivação maior. Mas estou contente com tudo que estou vivendo", acrescentou, em lágrimas.

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