Jogos Olímpicos

Cerimônia de abertura de Paris 2024 supera dificuldades, mas perde brilho com chuva; veja fotos

A mais ambiciosa abertura das Olimpíadas na história superou inúmeras dificuldades logísticas, ameaças terroristas e até a sabotagem do sistema ferroviário do país horas antes de seu início. Mas foi a chuva, irregular, insistente e inclemente que estragou a festa em Paris.

continua após a publicidade

Um espetáculo desconstruído, em que a tradicional sequência festa, desfile de atletas, hino e discurso, receita de bolo de muitas Olimpíadas, foi completamente pervertido.

Pelo Sena, a prometida parada náutica com atletas de 206 delegações se deu sem grandes transtornos, pontuados por espetáculos que falavam de séculos de França por 6 km de rio. Lady Gaga, Aya Nakamura, os Minions e até dançarinas do Moulin apareciam em apresentações às margens do Sena e em pontos turísticos conhecidos da capital francesa, como o museu do Louvre e Grand Palais.

Uma espetacular execução do hino francês pela mezo soprano Axelle Saint Cirel no teto do icônico prédio, empunhando a bandeira tricolor, ocorreu no meio da festa, quando parte do publico de 320 mil pessoas se dispersava, procurava abrigo ou se enlameava nas áreas confinadas pelo forte esquema de segurança.

continua após a publicidade

O grande segredo da festa foi revelada no final. Teddy Riner e Marie-José Perec foram os responsáveis por acender a pira olímpica. Antes, em discurso, o presidente do COI, Thomas Bach, celebrou Paris como a cidade natal de Pierre de Coubertin, “nosso fundador” e a “quem tudo devemos”. “Vamos todos juntos viver os Jogos Olímpicos mais inclusivos, mais urbanos, mais jovens, mais duráveis. Os primeiros Jogos Olímpicos com total paridade de mulheres e homens nas competições.”

No trecho entre as pontes Alexandre 3º e De l'Alma, grande parte dos espectadores eram parisienses que receberam ingressos gratuitos -mas em pé e com péssima visibilidade do rio, depois de mais de uma hora de espera na fila.

A chuva transformou alguns trechos desse setor em um lamaçal. Quem podia, tentava subir onde dava: grades, estações de energia e até um trator imprudentemente deixado ali, até a polícia tirar.

continua após a publicidade

“Não sei qual a graça. É como ficar vendo os bateaux-mouches passarem”, comentou um espectador. Quando o barco do Brasil passou, centenas de pessoas já estavam indo embora sob a chuva.

No final do trajeto, no Trocadero, em frente à Torre Eiffel, os atletas chegavam em menor número, sugerindo que parte das delegações estava sendo poupada. Nas tribunas, sem a mesma opção, autoridades, público e jornalistas sofriam sob muita água. Apenas o trecho onde estava o presidente Emmanuel Macron era mais protegido.

“Os Jogos mais abertos da historia”, um dos bordões da ambiciosa campanha francesa, começaram sob o policiamento de 45 mil homens e a ressaca de uma manhã prejudicada por atos de sabotagem em linhas do TGV em todo o país. A “ideia louca” de fazer uma festa fora de um estádio pela primeira vez, como descreveu Macron, perdeu o brilho debaixo de muita água.

Veja fotos da Cerimônia de Abertura de Paris 2024

Sair da versão mobile