Tóquio-2021

Beatriz Ferreira perde para irlandesa e fica com a prata no boxe

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UmDois Esportes, com Estadão Conteúdo
08/08/2021 05:19 - Atualizado: 04/10/2023 17:37
Beatriz Ferreira perde para irlandesa e fica com a prata no boxe
| Foto: José Méndez/EFE

O favoritismo era de Beatriz Ferreira para a conquista do ouro na Olimpíada de Tóquio-2021. Só que a irlandesa Kellie Anne Harrington inverteu a lógica e venceu neste domingo (8) a final do boxe na categoria leve sobre a brasileira, que ficou com a medalha de prata. Na decisão, a irlandesa venceu por 5 a 0.

Com a prata, a baiana de 28 anos engrossou a boa participação do boxe brasileiro em Tóquio, que ficou com três medalhas: a prata de Beatriz, o ouro de Hebert Conceição e o bronze de Abner Teixeira.

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No combate final, a brasileira começou em cima da adversária, apostando principalmente nos cruzados de esquerda, que entraram com força e dificultaram as ações de Harrington. No segundo round, Bia seguiu pressionando a irlandesa, que buscou o clinch em várias oportunidades, mas acertou bons contragolpes. Em desvantagem na pontuação, a brasileira foi para cima no último assalto, só que não conseguiu reverter a vantagem acumulada por Harrington.

O retrospecto apontava favoritismo para Bia. Nos últimos cinco anos, a brasileira subiu no pódio em 29 das 30 competições que disputou. Entre suas principais conquistas está o título mundial, em 2019, na Rússia. Harrington foi campeã mundial em 2018. A final de Tóquio foi o primeiro confronto entre as duas.

Bia já tinha a medalha de prata garantida, mas o objetivo era repetir o feito de Hebert Conceição, que subiu no lugar mais alto do pódio neste sábado (7), ao derrotar o ucraniano Oleksandr Khyzhniak, pelo torneio masculino.

Na semifinal dos Jogos de Tóquio, Bia venceu a pugilista finlandesa Mira Potkonen por 5 a 0, em decisão unânime dos jurados (30 a 27 - três vezes - 29 a 28 e 30 a 26). A pugilista já havia emendado duas vitórias nas fases preliminares. Nas oitavas, venceu a taiwanesa Shih-Yi Wu; pelas quartas, venceu Raykhona Kodirova, do Usbequistão.

Bia começou no boxe aos quatro anos de idade na garagem de casa, onde seu pai, Raimundo Ferreira, mais conhecido no boxe como Sergipe. Ele foi tricampeão baiano, bicampeão brasileiro e sparring de Acelino Popó Freitas, tetracampeão mundial em duas categorias diferentes de boxe.

O início da carreira foi difícil por causa da falta de oportunidades para a lutadora. Por falta de competições de boxe feminino, Bia precisou esperar até 2014 para iniciar a carreira. Venceu uma luta, mas acabou desclassificada porque já havia participado de uma competição de muay thai e recebeu uma dura punição de dois anos. A Associação Internacional de Boxe proibia que as atletas participassem de torneios por outras modalidades

Bia voltou em 2016 e passou também a ser sparring de Adriana Araújo, medalha de bronze na Olimpíada de Londres-2012. Talentosa, ficou com a vaga da amiga, que passou para o boxe profissional.

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