Como uma fala considerada machista detonou uma crise na Olimpíada de Tóquio
O Comitê Olímpico Internacional (COI) classificou nesta terça-feira (8) como "absolutamente inapropriados" e contrários à política da entidade os comentários ofensivos sobre mulheres feitos há seis dias por Yoshiro Moru, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, adiados em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus.
"Os recentes comentários do presidente Yoshiro Mori foram absolutamente inapropriados e contrários aos nossos compromissos", afirmou o COI em um comunicado oficial divulgado nesta terça-feira, seis dias depois do dirigente japonês ter dito que as mulheres têm dificuldade em ser concisas, observando que as funcionárias que trabalham no Comitê Organizador "sabem se colocar no seu lugar".
O COI garante que a "comunidade esportiva pode estar segura" de que a entidade "manterá o seu compromisso de implementar uma política de não discriminação, igualdade de gênero, inclusão e solidariedade".
Um dia depois de ter feito os comentários, Mori, de 83 anos, pediu desculpas e os considerou "contrários ao espírito olímpico", mas afastou a hipótese de uma demissão imediata, que começou a ser pedida nas redes sociais.
Questionado sobre se pensava em abandonar o cargo, por causa da polêmica, Mori recusou de imediato essa possibilidade, mas acrescentou: "Se todos me disserem que estou incomodando, então deverei pensar nisso", disse.
Entretanto, cerca de 400 voluntários desistiram de dar apoio aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, previstos para os meses de julho, agosto e setembro, e o Comitê Organizador tem recebido milhares de queixas sobre as declarações de Mori.
O comitê das duas competições convocou para este final de semana uma reunião para debater a polêmica, que também está sendo criticada por vários patrocinadores.