Clube é punido por escalar jogador como maqueiro e pode mudar estreia do Paraná
Única competição no calendário do Paraná Clube, a segunda divisão do Campeonato Paranaense pode ser adiada depois que o Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) puniu o Sport Club Campo Mourão por escalar um jogador como maqueiro em uma partida no ano passado.
A divisão de acesso está marcada para começar no dia 30 de abril, como divulgado pela Federação Paranaense de Futebol (FPF). Com a decisão do TJD-PR, proferida no dia 21 de fevereiro, no entanto, a competição pode ser paralisada até a resolução final do caso.
O Campo Mourão disputa a terceira divisão do Estadual, que aconteceu entre os meses de setembro e dezembro de 2023, e classificou Paranavaí e Nacional-PR para a segundona. Durante a competição, em outubro, o Campo Mourão escalou o atacante Cassio de forma irregular. Ele havia levado o terceiro cartão amarelo na partida anterior e estava suspenso, mas foi utilizado como maqueiro da equipe.
No dia 28 de novembro, o Prudentópolis, que também disputa a Terceira Divisão, protocolou uma denúncia contra o Campo Mourão pedindo que a equipe fosse punida pela irregularidade. O TJD-PR puniu a equipe com perda de doze pontos e multa de R$ 1 mil reais.
Clube quer paralisação da segunda divisão
Com a punição, o Campo Mourão, que terminou o Estadual com 18 pontos, na primeira colocação do grupo A, teria na verdade seis pontos, ficando em quartoo lugar. Essa mudança tiraria o time da semifinal e colocaria o Hope Internacional, que ficou em terceiro do grupo.
Com a mudança, os confrontos da semifinal mudariam, o que poderia alterar até mesmo as duas equipes que conquistariam o acesso.
Diante do panorama, o Prudentópolis, que também era do grupo A, e terminou a primeira fase na segunda colocação, sendo eliminado na semifinal pelo Paranavaí, entrou nesta quinta-feira (29) com um pedido no TJD-PR para que aconteça a paralisação da Segunda Divisão deste ano até o fim do processo.
O clube também pede que as semifinais sejam refeitas com Prudentópolis enfrentando o Paranavaí e Hope contra Nacional.
Em contato com o UmDois Esportes, o advogado do Prudentópolis, Paulo Giffhorn, afirmou que o clube aguarda a apreciação do caso pelo TJD-PR.
"Caso não haja recurso ou mesmo a decisão da 3ª Comissão Disciplinar do TJD seja mantida em grau recursal, também pedimos que as semifinais sejam refeitas, para que seja assegurado o direito do Prudentópolis FC enfrentar o AC Paranavaí, com a vantagem de decidir a classificação em casa", afirmou
Já o Hope Internacional afirmou que não pretende entrar com nenhum pedido no TJD-PR, já que o clube está focado em competições das categorias de base. Mas o clube se propôs a cumprir o que o órgão decidir, caso os jogos sejam refeitos.
O que diz o Campo Mourão
O Campo Mourão vai entrar com recurso e pedir o efeito suspensivo da perda de pontos. Segundo o advogado do clube, Nixon Fiori, a equipe está respaldada por um parecer técnico da FPF. Na defesa do processo, Fiori argumenta que a função de maqueiro não interfere no resultado final do jogo.
"O bem jurídico protegido pelo art. 214 do CBJD é evitar a escalação de atleta que esteja em situação irregular, seja documental ou disciplinar, de modo a não interferir nos efeitos desportivos de uma prova. A função de maqueiro é meramente de suporte ao andamento da partida, sem que haja quaisquer interferências no resultado final, sendo forçada uma interpretação de aplicação do art. 214 do CBJD ao caso", escreve o advogado.
Em contato com o UmDois Esportes, Fiori afirma que o Campo Mourão vai entrar com recurso contra a decisão do TJD-PR.
"Se em eventual êxodo em favor do Prudentópolis, o que ele pode é procurar uma reparação civil. Mas, refazer os jogos é muito difícil pois já tem jurisprudência em relação a isso. Vamos tentar reverter aqui no Tribunal Pleno, ou na terceira instância no Rio de Janeiro", afirmou o advogado.