Justiça da Suíça anula condenação de técnico Cuca em caso de estupro
A Justiça da Suíça anulou a sentença que condenava Cuca em caso de estupro. O então jogador e atual técnico de futebol havia sido condenado a 15 meses de cadeia e multa por ter feito sexo com uma menor de idade em um hotel de Berna, durante uma excursão do Grêmio ao país em 1987.
A juíza Bettina Bochsler, do Tribunal Regional de Berna-Mittelland, acatou o argumento da defesa de Cuca de que o treinador foi condenado à revelia, sem se defender, e que deveria ter um novo julgamento. A justiça suíça, no então, disse que isso não seria possível e que o crime estava prescrito. Ou seja, Cuca não foi inocentado no mérito, os órgãos se fixaram apenas na irregularidade do julgamento.
A juíza assim deu o caso por encerrado e ainda determinou uma indenização à Cuca pela situação no valor 13 mil francos suíços (R$ 75 mil), que depois foi por baixado para 9,5 mil francos (R$ 55 mil).
O caso Berna ganhou maior repercussão depois que Cuca foi contratado pelo Corinthians em abril do ano passado. Após pressão da torcida e opinião pública, o treinador pediu demissão do clube paulista com apenas dois jogos à frente do gramado. As informações foram divulgadas inicialmente pelo jornal Folha de São Paulo.
Cuca está sem emprego no futebol desde então. Nos últimos meses, o ex-jogador foi cogitado diversas vezes para assumir o Athletico. No entanto, a negociação nunca avançou porque o técnico queria resolver sua situação na justiça. Cuca, que é torcedor declarado do Furacão, também não teria gostado do projeto do clube.
Entenda o caso envolvendo Cuca
O processo citado por Cuca é a condenação de 1989, em Berna, na Suíça, na época em que era jogador. Dois anos antes, em uma excursão do Grêmio pelo país, ele e outros três atletas (Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi) foram acusados de ato sexual com menor e coação de uma menina de 13 anos que visitava o hotel da delegação.
Eles ficaram presos por quase 30 dias e voltaram a o Brasil após depoimentos. Em 1989, em julgamento sem a presença dos jogadores, foram condenados a 15 meses de prisão, além de pagamento de US$ 8 mil. Apenas Fernando foi absolvido da acusação, mas foi condenado a três meses de cárcere por ser cúmplice do crime.
O processo estava sob sigilo de 110 anos, protegido pela lei de proteção de dados da Suíça. em reportagem do Uol Esporte, em abril, o advogado da vítima desmentiu afirmações de Cuca de que ele não teria sido reconhecido como um dos agressores.
Em maio, o ge.com revelou um trecho do processo que dizia que havia um laudo provando que o sêmen de Cuca foi identificado no corpo de Sandra, a vítima. A partir disso, a defesa de Cuca pediu a reabertura do caso e um novo julgamento, alegando que o ex-jogador havia sido condenado à revelia. O pedido foi acatado em novembro e o julgamento de 1989 anulado em 28 de dezembro de 2023.