Justiça da Argentina investiga médico de Maradona por homicídio culposo
O médico do ex-jogador Diego Maradona, o neurocirurgião Leopoldo Luque, está sendo investigado, por determinação da Justiça da Argentina, por suspeita de homicídio culposo - quando não há a intenção de matar - na morte do ídolo argentino.
O objetivo é encontrar indícios de irregularidade na recuperação de Maradona, que faleceu na última quarta-feira (25), em casa, poucos dias após deixar o hospital.
Médico de Maradona decidiu por alta
A alta, inclusive, é o ponto principal das investigações. Os médicos da clínica Olivos, onde o ex-jogador passou por uma cirurgia para a retirada de um tumor na cabeça, eram contra ele ser liberado. No entanto, Luque optou pela alta.
No laudo da morte, foi constatado que o ídolo sofreu um "edema agudo de pulmão e insuficiência cardíaca crônica".
Agora, a Justiça ordenou uma busca na casa e na clínica de Leopoldo Luque, na tentativa de encontrar documentos ou irregularidades durante o período em que Maradona ficou se recuperando em casa.
Nos próximos dias, o médico terá que testemunhar para o Ministério Público por conta de possíveis negligências.
Uma das acusações foi a demora para a chegada da ambulância até a casa de Maradona, que teria sido algo em torno de meia hora . Além disso, ele teria ficado um bom tempo sem alguém o observando.
Médico se defende: "fiz o melhor que eu pude"
O médico particular de Diego Maradona, Leopoldo Luque, se defendeu das acusações. Ele entregou aos investigadores todos os registros de seu tratamento de Maradona, bem como computadores, discos rígidos e telefones celulares. Chorando, ele insistiu que não teve culpa na morte do astro argentino, que morreu na quarta-feira após sofrer uma parada cardiorrespiratória.
"Eu sei o que eu fiz. Eu sei como fiz isso. Tenho certeza absoluta de que o que eu´fiz o melhor por Diego, o melhor que pude", afirmou o neurologista, que assegurou que não era o médico-chefe, mas parte da equipe médica que cuidou de Maradona.
"Não há erro médico, nem há julgamento. Maradona teve um ataque cardíaco. É a coisa mais comum no mundo morrer assim. É um fato que pode acontecer. Sempre foi feito todo o possível para diminuir esse risco, mas não dá para bloqueá-lo", acrescentou.
"Diego fez o que queria. Ele precisava de ajuda. Não havia maneira de chegar até ele. Ele me mandava embora, e depois eu voltava. Tudo o que fiz foi de mais, não de menos", salientou o médico.