Os jogadores do Brentford, clube que disputa a Championship, o equivalente à Segunda Divisão da Inglaterra, se recusaram a ajoelhar em referência ao movimento Black Lives Matter antes da partida contra o Burnley, no último domingo (14).
Após a morte de George Floyd, nos Estados Unidos, em maio do ano passado, a organização das disputas da primeira e segunda divisões inglesas decidiram que os jogadores se ajoelhariam antes dos jogos, como parte do movimento Black Lives Matter.
O gesto vem sendo feito desde então, como parte de uma campanha contra o racismo. No entanto, o Brentford decidiu que não mais participaria. Segundo o clube, o ato de ajoelhar-se não está mais tendo o impacto necessário.
“Estivemos nos ajoelhando
antes dos jogos desde junho mas, assim como muitos de nossos colegas jogadores
de outros clubes, nós não acreditamos mais que isto está tendo um impacto”,
explicaram os jogadores do Brentford em um comunicado divulgado pelo clube.
“Acreditamos que podemos utilizar nosso tempo e energia para promover a igualdade racial de outras maneiras”, disseram os atletas.
O comunicado ainda ressaltava que casos de racismo seguem acontecendo diariamente no futebol, mesmo com o posicionamento de ajoelhar-se antes dos jogos, e reforçaram a necessidade de ir além do ato simbólico na batalha por igualdade racial no esporte.
Marfinense diz que ato de ajoelhar-se é “degradante”
Antes, o atacante do Crystal Palace, Wilfried Zaha, da primeira divisão, já havia descrito o ato de ajoelhar-se antes dos jogos como “degradante”.
“A coisa toda de
ajoelhar-se, por que eu devo me ajoelhar para vocês para mostrar que nós
importamos? Porque eu devo até mesmo usar ‘Black Lives Matter’ nas costas da
minha camisa para mostrar para vocês que nós importamos? Isso tudo é degradante”,
declarou o jogador nascido na Costa do Marfim.
A negativa de
ajoelhar-se não é novidade no futebol do país. Em setembro do ano passado, o Queens
Park Rangers (QPR), também da segunda divisão, já havia se recusado a praticar
o ato antes de uma partida contra o Coventry.
Após a equipe ser
criticada, o diretor do QPR, o ex-jogador, Les Ferdinand, disse: “O ato de
ajoelhar-se alcançou um ponto de boa imagem de relações públicas, mas não muito
mais do que isso. A mensagem se perdeu”.
O tema está em ebulição no Reino Unido. Na semana passada, os jogadores da seleção de rugby da Escócia foram criticados por não ajoelharem-se antes de um jogo contra a Inglaterra. Na sequência, todos os jogadores da seleção da Escócia permaneceram de pé durante a partida contra o País de Gales, no último sábado (13).