Investigado, ex-presidente do Barcelona deixa prisão após audiência na Justiça
Acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e administração injusta, o ex-presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, detido na segunda-feira, passou apenas um dia preso na cidade da região da Catalunha. Nesta terça, o empresário compareceu a uma audiência na Justiça e, depois de se negar em dar declarações à juíza Alexandra Gil, recebeu o benefício da liberdade provisória.
O centro das investigações é a contratação por Bartomeu de uma consultoria especializada em proteção de imagem e dados e redes sociais. O ex-presidente teria contratado a empresa em nome do clube para cuidar da sua reputação. E, segundo a acusação, teria usado também para difamar rivais políticos e até jogadores, inclusive com a criação de perfis falsos nas redes sociais. Alguns dos alvos teriam sido jogadores como Lionel Messi e Gerard Piqué e o ex-treinador da equipe Josep Guardiola.
O escândalo acontece às vésperas de uma nova eleição presidencial no Barcelona, marcada para o próximo domingo. "O que aconteceu hoje foi consequência de uma péssima gestão no clube na última administração", disse Joan Laporta, um dos três candidatos do pleito, em entrevista à Lleida Radio. Ele considerou a prisão de Bartomeu "chocante" e "nada boa" para o clube. E disse que o ex-presidente precisa contar com a "presunção de inocência".
A direção do Barcelona já negou diversas vezes tanto a contratação da consultoria quanto o suposto pagamento a mais, para difamar rivais. De acordo com as autoridades, a operação foi realizada pelo departamento de crimes financeiros da polícia
Bartomeu e os demais membros da sua diretoria renunciaram no ano passado em meio às consequências da polêmica envolvendo Messi, que chegou a cogitar deixar o clube em razão dos atritos com o então presidente. O episódio foi apenas um dos que tumultuam os bastidores políticos do Barcelona, além das dificuldades financeiras causadas pela pandemia.
O clube é administrado por um conselho interino desde que Bartomeu saiu em outubro enquanto enfrenta uma moção de censura apoiada por milhares de sócios do clube, irritados com o mau desempenho da equipe e sua situação financeira.
As dificuldades do clube começaram a vir à tona após a embaraçosa derrota do time por 8 a 2 para o Bayern de Munique, nas quartas de final da Liga dos Campeões na temporada passada, que foi a primeira sem título para o clube espanhol desde 2007/2008.