Federação Paranaense de Futebol

Hélio Cury vive últimos dias como presidente da FPF; relembre mandatos e polêmicas

Hélio Cury se despede da presidência da FPF

Hélio Pereira Cury vive seus últimos dias como presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF). Segundo presidente que ficou mais tempo à frente da entidade, Cury não pode mais se reeleger e deve passar o bastão para o filho.

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A chapa “Confiança e Inovação”, que tem Hélio Pereira Cury Filho como candidato a presidente, é amplamente favorita no pleito, que ocorre neste sábado (11).

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O atual presidente completou três mandatos à frente da instituição, de 2007 a 2023 – ele só não supera o período do antecessor, Onaireves Moura, que ficou no cargo de 1985 até 2007.

Cury assumiu a presidência ainda em 2007, depois que Moura foi afastado por decisão da Justiça. Ele havia sido candidato de oposição em 2004, perdeu a disputa, mas depois dos crimes cometidos pelo adversário, a Justiça deu ganho de causa ao atual mandatário.

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No ano seguinte, em abril de 2008, foi eleito com ampla vantagem sobre os adversários da época, Rafael Iatauro e Moacir Peralta. O dirigente viveu um mandato mais longo do que o normal, até 2015.

O motivo foi uma medida coletiva da CBF que estendeu o período de todos os presidentes de federações no poder visando a organização da Copa do Mundo de 2014. Durante o período, foi membro do Comitê Executivo Paranaense para Assuntos da Copa.

Em 2015, por sua vez, foi o único ano que teve sua reeleição ameaçada. Athletico, Coritiba e Paraná se juntaram para tentar tirar o mandatário do cargo com apoio maciço ao candidato Ricardo Gomyde. A votação foi apertada, com 33 votos para Cury, que teve forte apoio dos clubes amadores, contra 25 do adversário.

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Já em 2019, Cury foi reeleito pela terceira vez sem bate-chapa. O grupo único recebeu 49 votos favoráveis dos 61 associados aptos a votar. Pelo estatuto, o atual presidente não pode mais concorrer à reeleição e deve deixar o cargo até o fim de abril.

No ano passado, Hélio Cury foi eleito vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) do mandato de Ednaldo Rodrigues, no período entre 2022 e 2026. Ele, inclusive, chegou a assumir a presidência por alguns dias em abril durante uma viagem do presidente Rodrigues ao exterior.

Biografia

Hélio Pereira Cury é empresário, mas está no esporte paranaense há mais de 45 anos. Foi atleta, técnico, diretor, conselheiro e presidente de várias equipes da capital. Também atuou como membro da Comissão de Esportes da Câmara Municipal de Curitiba e diretor da Secretaria Municipal de Esportes. Antes de se tornar presidente, esteve na vice-presidência da FPF de 1984 a 1985.

Relembre polêmicas de Hélio Cury ao longo dos mandatos da FPF

Hélio Cury conviveu com polêmicas ao longo do seu mandato. Em 2015, principalmente, algumas irregularidades foram apontadas por um perito judicial, que examinou as contas da Federação Paranaense de Futebol (FPF), do período entre julho de 2010 e junho de 2015.

O trabalho do perito da Justiça, Sérgio Henrique Miranda de Sousa, durou três meses e integrou a ação que Athletico e Coritiba moveram contra o dirigente. Relembre algumas polêmicas envolvendo o presidente:

Venda de troféus

O relatório pericial revelou na época transações feitas pela FPF com a empresa de materiais esportivos do presidente Hélio Cury, a loja Hélio Cury Comércio de Artigos Esportivos Ltda. O empreendimento funciona até hoje. Apontou também compras realizadas pela entidade na empresa que tinha o sobrinho do dirigente como sócio, a Linha de Fundo Comércio de Artigos Esportivos Ltda.

Contratação de parentes

O perito judicial identificou a contratação pela FPF de quatro parentes e uma empresa ligada à esposa do presidente da entidade, Hélio Cury. Os parentes contratados foram o filho do presidente – hoje candidato à presidência -, a nora, um sobrinho e uma sobrinha. Depois da Lei nº 13.155 (PROFUT), que fala no Capítulo III sobre “gestão temerária” de uma entidade ao contratar parentes de até terceiro grau, precisou dispensá-los.

Falta de transparência

A análise do perito na época ainda indicou a falta de transparência das contas da FPF. Documentos como balanços patrimoniais, relatórios de auditoria e do Conselho Fiscal são apresentados aos filiados apenas nas datas das assembleias gerais da entidade.

Aumento de doações no ano anterior às eleições, mesadas para o Conselho Fiscal e gestão financeira questionável também estavam no arquivo de considerações do perito.

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