Gabigol é símbolo da piada que virou o futebol brasileiro
A torcida do Flamengo ainda comemorava o título da Copa do Brasil, no último domingo (10), quando o atacante Gabigol anunciou, com ares de importância, do gramado da Arena MRV: "Não vou ficar no Flamengo".
O atacante, ídolo de Flamengo e Santos, é apenas mais um da leva recente de promessas nacionais incapazes de atuar em alto nível na Europa e que encontraram, no retorno ao deficiente futebol brasileiro, campo para se sentirem "craques".
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Gabigol, que virou piada no Velho Continente, após fracassos em Inter de Milão e Benfica, fez sucesso estrondoso no Flamengo: em seis temporadas, disputou 305 partidas e anotou 160 gols. Agora, deve ir para o instável e novo rico Cruzeiro.
Em campo, conquistou duas Libertadores, dois Brasileiros e duas Copas do Brasil. Mas não hesitou em desrespeitar o clube carioca em seu ato de despedida. Aos 28 anos, já em visível declínio técnico e físico, utilizou os holofotes finais para, novamente, se sentir uma estrela.
Gabigol demonstra como o futebol praticado no Brasil e aquele disputado na Europa são esportes diferentes. E qualquer torcedor que acompanhe ambos, já sabe disso faz tempo. Não é síndrome de vira-lata, é constatação inegável.
Portanto, Gabigol poderá voltar a ser artilheiro no Cruzeiro, poderá voltar a conquistar títulos, poderá voltar a se sentir o craque que imagina ser em nosso empobrecido futebol. E o que isto mudará?
Absolutamente nada. Gabigol seguirá sendo um dos símbolos da piada que virou o futebol brasileiro. E este, por sua vez, continuará a produzir partidas de baixo nível, mesmo em seus melhores clubes, mesmo em suas grandes finais.
O futebol brasileiro continuará a viver de ilusões e falsos craques: situação que se dissolve, de tempos em tempos, em duelos contra clubes europeus e, de quatro em quatro anos, a cada novo fracasso em Copas do Mundo.