Futebol masculino fora da Olimpíada de Paris preocupa a Globo
A Globo, em seus bastidores da área esportiva, admite preocupação com a ausência da seleção brasileira masculina de futebol nos Jogos Olímpicos de Paris, marcados para julho deste ano.
O time perdeu para a Argentina no dia 11, por 1 a 0, no Pré-Olímpico, e não conseguiu nenhuma das duas vagas para o torneio, que ficaram com Argentina e Paraguai. A seleção feminina de futebol está confirmada.
Mesmo sem contar com suas principais estrelas, já que a seleção olímpica é composta por jogadores com menos de 23 anos em sua maioria, o futebol masculino era o responsável pelos recordes de audiência do evento, o que elevava sua média final, algo importante para se vender aos patrocinadores e ao COI (Comitê Olímpico Internacional).
Nas últimas quatro edições, seja em transmissões de Globo ou da Record, jogos de futebol masculino foram os mais vistos. Brasil x Argentina, pela semifinal do torneio olímpico de futebol masculino de Pequim 2008, marcou 31 pontos de audiência na Grande São Paulo.
Já em 2012, com a final em que o Brasil perdeu do México, a Record conseguiu seu número máximo com Londres 2012, com 17 pontos de média e picos de 21 na capital paulista, contra apenas seis da Globo. Naquela edição, a emissora de Edir Macedo exibiu os Jogos com exclusividade na TV aberta.
Em 2016, a Globo obteve seu recorde na Olimpíada do Rio com a primeira medalha de ouro do futebol masculino brasileiro, na final contra a Alemanha. Foram impressionantes 38 pontos com picos de 43 na cidade paulistana.
Por fim, em Tóquio 2021, o bicampeonato do Brasil no futebol masculino contra a Espanha também conseguiu o recorde de uma transmissão de Olimpíada naquela edição, com 21 pontos com picos de 24. Atualmente, cada ponto de audiência equivale a 191 mil telespectadores.
A Globo já começou a avançar na preparação para a transmissão dos Jogos de Paris. O pacote comercial já está no mercado publicitário e negociações com patrocinadores avançadas.
Mesmo com uma provável arrecadação alta, a emissora não vai investir muito no envio de profissionais. Narradores e comentaristas, a grosso modo, vão ficar no Brasil. A Globo se inspira no que fez em 2021, na Olimpíada de Tóquio.
Naquele momento, com a Covid-19 em alta e a vacinação ainda no começo, a Globo enviou apenas repórteres e produtores para o Japão. Mesmo com uma doença controlada, a ideia é manter o esquema para este ano, com poucos nomes in loco.
Os Estúdios Globo serão usados para a montagem de uma grande central de transmissão, onde serão comandados programas do SporTV e a Central da Olimpíada, que será apresentado por Tadeu Schmidt na TV aberta, em uma volta especial para o esporte.
Na questão publicitária, a emissora pode arrecadar R$ 400 milhões se vender todas as oportunidades comerciais. A empresa disponibilizou seis cotas para quem deseja participar da cobertura olímpica na TV aberta e nas plataformas digitais.