Racismo na Espanha

Dois jovens admitem ter feito gestos a Vini Jr no Mestalla, mas negam insultos

Por
EFE
19/06/2023 15:07 - Atualizado: 05/10/2023 10:02
Vinicius Junior pela seleção brasileira
Vinicius Junior pela seleção brasileira | Foto: Joilson Marconne / CBF

Dois dos três jovens, com idades entre 18 e 21 anos, detidos como supostos autores dos insultos racistas aos quais o jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, foi submetido em Valência, admitiram perante a juíza que fizeram gestos ao atacante em resposta a algumas supostas provocações, embora negassem ter proferido quaisquer insultos.

A titular do Tribunal de Instrução 10 de Valência ouviu esta segunda-feira (19) o depoimento de dois dos três jovens, que apenas responderam às questões de seus advogados e um deles também às da juíza.

O depoimento do terceiro dos jovens acusados destes mesmos fatos foi adiado para 11 de julho, depois de ter admitido à instrutora o pedido de adiamento.

Segundo apurou a Agência EFE junto a fontes do caso, os dois jovens admitiram ter feito gestos - não detalharam quais gestos, embora tenham sido identificados pelas gravações da partida - desde as arquibancadas do estádio Mestalla; e acrescentaram que o fizeram dentro de uma reação conjunta de grande parte dos torcedores valencianos contra o que entenderam como provocações por parte de Vinícius.

As mesmas fontes explicaram que um dos jovens insistiu que nenhum gesto ou insulto foi dirigido a outro jogador que não fosse Vini Jr.

Ao deixar o tribunal, o advogado do acusado cujo depoimento foi adiado, Manuel Izquierdo, insistiu que "foi tirado do contexto, foi um problema pontual, são três jovens, não pertencem a nenhum grupo radical, são pessoas normais, isso não tem nada a ver com crime de ódio".

Na sua opinião, “estes jovens têm sido tomados como bodes expiatórios de uma causa geral contra o racismo, e aquilo de que são acusados estes três rapazes poderia ser acusado por muitos outros espectadores, que estavam sentados inclusive até em outras zonas mais nobres do estádio”.

Este advogado explicou que os acusados também não reconhecem a interpretação de desacato por motivos de raça que se faça do gesto que fizeram.

Nesse mesmo sentido, a advogada do segundo dos acusados a depois hoje, Juana Blázquez, considerou que este caso deve ser reduzido a supostas insultos, já que em sua opinião seu cliente não expressou nenhum sentimento de ódio e destacou que "viu-se claramente que (Vinícius) estava provocando o estádio e até confrontou a torcida".

No comunicado estiveram presentes a procuradora especializada em crimes de ódio, Susana Gisbert, os três advogados de defesa e o advogado da La Liga, enquanto entidade promotora da denúncia e da acusação privada.

O advogado da Federação Espanhola de Futebol também ouviu declarações de forma remota, embora a videoconferência tenha sofrido dificuldades técnicas.

O tribunal deverá ouvir no próximo dia 27 o jogador brasileiro, que foi oferecido para prestar seu depoimento por videoconferência, e neste mesmo ato é previsível que seja oferecida a possibilidade de fazer parte do processo como vítima.

Já no dia 26 será ouvido o depoimento dos seguranças que trabalhavam em Mestalla no dia da partida.

Como acusação particular, a LaLiga apresentou à juíza de instrução vários vídeos da chegada do Real Madrid ao Mestalla que aparentemente reforçam a tese do insulto racista a Vinícius Júnior e que podem levar a processos judiciais pelos fatos ocorridos também fora do estádio e na extensão do processo investigativo.

Como reflete LaLiga na ampliação da denúncia, isso foi feito depois de saber que o caso - fornecido pelo Ministério Público - continha dois discos com gravações de fora do estádio e que mostravam fatos que não são os que estão sendo investigados neste processo.

Diversas capturas de tela estão anexadas à denúncia em que vários jovens podem ser identificados gritando a onomatopeia "uh, uh, uh" ou entoando "você é um macaco" e "Vinícius você é um macaco".

Nesta ampliação da denúncia, também é anexada uma publicação do perfil do Ultra Yomus no Twitter, na qual os torcedores são convidados a dar as boas-vindas ao time e indica a juíza de instrução que atualmente este grupo está atualmente localizado no extremo norte, nas mesmas arquibancadas onde estavam os torcedores investigados por insultos racistas.

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