Coritiba e quando a vitória provoca um desastre
O gol que Robson marcou, na Vila Capanema, e que derrotou o Cruzeiro (1x0), neste sábado (11), terá muito mais um custo de derrota do que de vitória para o Coritiba.
Explico. A vitória, analisada como resultado, não altera a situação coxa. O rebaixamento para a Segundona é apenas questão de mais um ou dois jogos.
No entanto, a invasão da sua torcida no gramado para reagir à invasão da torcida do Cruzeiro será causa para a perda de mando de jogos longe de Curitiba e sem público.
O fato de ser uma reação, como ato posterior à invasão da torcida mineira, não será considerado, nem mesmo como atenuante. Aqui é a hipótese de que uma coisa (invasão dos mineiros) teve a mesma essência da outra (reação por invasão dos coxas).
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O Coritiba pagará a conta. E não será só por esse ato de um estrato marginal da sua torcida, mas, também, por ter a sua diretoria desconsiderado por mandar um jogo de risco em um estádio que não oferece condição mínima de segurança.
A reação imediata das torcidas foi premeditada. Fosse o gol contra o Coritiba, a gangue da sua torcida teria a iniciativa da invasão. E há mais: o próprio clube, pela diretoria da SAF, incentivou essa cultura de violência. Várias vezes aceitou a pressão da torcida no CT da Graciosa.
Os coxas já deveriam ter aprendido com o clássico poema “No Caminho com Maiakóvski”, de Eduardo Alves da Costa:
“A primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada”.
Para o Coritiba jogar a Segundona, Joinville é logo ali.