Brasília

CBF se manifesta sobre uso da camisa da seleção em atos de vandalismo

Bolsonaristas geram caos em Brasília em uma tentativa de golpe

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se manifestou nesta segunda-feira (9) sobre os atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, Congresso, Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, no domingo (8).

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A entidade condenou as invasões e depredações antidemocráticas de pessoas que usavam a camisa da seleção brasileira.

“A camisa da seleção brasileira é um símbolo da alegria do nosso povo. É para torcer, vibrar e amar o país. A CBF é uma entidade apartidária e democrática. Estimulamos que a camisa seja usada para unir e não para separar os brasileiros. A CBF repudia veementemente que a nossa camisa seja usada em atos antidemocráticos e de vandalismo“.

Antes da Copa do Mundo, a CBF tentou afastar o simbolismo político da camisa da seleção brasileira. Nos últimos anos, a identidade da amarelinha ficou muito associada aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial do ano passado.

“Todos podem se sentir bem com a camisa da seleção”, resumiu o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, em novembro do ano passado, antes do Mundial.

Juninho Pernambucano, Paulinho e Neto condenam ataques em Brasília

Os ataques neste domingo contra as sedes dos três Poderes da República, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, também ecoaram no universo do futebol. Jogadores da ativa e aposentadores, conhecidos pelo seu engajamento político, como Juninho Pernambucano e o atacante Paulinho, foram às redes sociais para condenar a atuação dos manifestantes na capital federal.

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Apoiador declarado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Juninho Pernambucano criticou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (PL), pelo vídeo em que se desculpa pelos atos de violência no Planalto, Congresso e STF. “Desculpa é o cara***. Queremos que TODOS vocês passem pelo crivo da lei, só isso”, escreveu o ídolo do Vasco.

A publicação de Juninho foi reforçada pelo ex-jogador e apresentador Neto. De maneira ríspida, o ídolo do Corinthians também rechaçou as justificativas de Ibaneis. “Desculpa a pu** que p****”.

O atacante Paulinho, ex-Bayer Leverkusen e recém-contratado pelo Atlético-MG, também se manifestou por meio das redes sociais. Medalhista de ouro na Olimpíada de Tóquio, o atleta pediu punição aos infratores, marcando na publicação o presidente Lula, de quem também é apoiador. “Inadmissível o que aconteceu hoje em Brasília. Que todos esses golpistas sejam punidos!”, publicou.

Nenhum clube, entre os principais que disputam a primeira divisão do Campeonato Brasileiro, se manifestou. Notórios apoiadores de Jair Bolsonaro, como Felipe Melo e Neymar, também não se pronunciaram.

Entenda o caso

Manifestantes furaram na tarde deste domingo (8) o bloqueio feito pela Polícia Militar (PM) na Esplanada dos Ministérios, subiram no prédio do Congresso Nacional e foram até a Esplanada dos Ministérios pedindo a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), intervenção militar e Jair Bolsonaro de volta ao poder.

Os participantes de atos antidemocráticos promoveram quebradeira no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional, e no Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Há ainda relatos oficiais de saques de itens nos prédios e roubo de armas e munições que estavam no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, no Palácio do Planalto. A informação foi divulgada pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Paulo Pimenta. Segundo ele, foram levadas armas letais e não letais.

No mesmo dia, o presidente assinou um decreto de intervenção federal na segurança do Distrito Federal.

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