Carneiro Neto relembra tabelinha com Petraglia na criação da Banda B e lamenta fim de cobertura
O fim da cobertura esportiva diária da Banda B nas ondas do rádio representa o término de uma bonita história de prestígio, sucesso e muita audiência.
A opinião é de um dos criadores da rádio, o jornalista e colunista do UmDois Esportes, Carneiro Neto.
“A história da Rádio
Banda B, evidentemente, é um sucesso. E realmente fui eu que criei”, conta
Carneiro. “E foi esta a história que lamentavelmente agora temos a notícia de
que vai parar de transmitir jogos de futebol pelo rádio, mantendo apenas pela
internet”, prossegue.
A Banda B nasceu nas ondas AM como um braço da CBN Curitiba, em 1997, fruto de uma tabelinha entre Carneiro Neto e Mario Celso Petraglia, então diretor da CBN na capital paranaense.
“Nós tínhamos fechado um contrato com o grupo Inepar, através do sócio da empresa, Mario Celso Petraglia, que também acumulava as funções de presidente do Athletico e dirigia a Rádio CBN, de Curitiba”, explica Carneiro.
“E aí fizemos uma grande equipe, foi um sucesso”, reforça, relembrando a equipe de narradores que ainda contava com grandes nomes, como Edgard Felipe e Marcelo Ortiz. O último, aliás, segue na Banda B.
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Além do prefixo FM 90.1, a CBN contava também com o AM 550, na chamada amplitude modulada. Com a profusão de jogos de Athletico, Coritiba e Paraná naquela época, a equipe da CBN começou a fazer transmissões separadas, aproveitando também as ondas da AM.
“E aí um dia eu propus ao Petraglia que nós, em vez de mantermos a programação acoplada, fizéssemos no AM uma nova rádio, com nova programação, e que se uniria à CBN apenas nas transmissões de futebol", continua.
"Ele achou a ideia boa e nós lançamos. E eu então sugeri o nome de Banda B”, relembra Carneiro.
Em 1999, a Banda B acabaria vendida para o radialista e deputado estadual, Luiz Carlos Martins. O nome, já popularizado, foi mantido.
“E aí a Banda B ficou com grande prestígio, audiência e uma equipe esportiva própria. Eu inclusive participei dela depois, em 2000 e 2001, na cobertura do título brasileiro do Athletico, atuando ao lado de Barcímio Sicupira como comentarista”, completa Carneiro.
“O fim da rádio mais tradicional de Curitiba falando de futebol”
O jornalista Greysson Assunção trabalhou uma década na Banda B e lamenta o fim dos programas e jornadas esportivas diários.
"Começou em setembro de 1997 e o início da rádio era CBN. O Petraglia tinha os dois dials, na FM e AM, e o pessoal que fazia futebol pensou em fazer um jogo em cada. Então o nome Banda B foi criado pelo Carneiro Neto", explica.
A empresa
continuará com a cobertura de futebol em formato digital, no YouTube, além de
boletins diários na programação da rádio e do portal de notícias na internet.
“É terrível e muito triste. Para o meio do rádio, para a comunicação em geral. É a rádio mais tradicional de Curitiba, se falando de futebol. É menos um campo de trabalho e praticamente decreta o fim do futebol no rádio AM”, continua.
Veterano
jornalista e ex-comentarista da Banda B, Irapitan Costa afirma que, durante
mais de duas décadas, a Banda B foi referência em informação, credibilidade e
cobertura diária dos clubes de Curitiba.
“Sempre foi referência
no rádio esportivo, ocupando o espaço que antigamente era da Rádio Clube, e de
outras rádios tradicionais que também se foram”, diz Costa. “A questão
econômica pesou muito nessa decisão, mas é uma lacuna que fica, porque era a única
sobrevivente em termos de AM”, reforça.
“Fica um vazio tremendo, que infelizmente hoje caminha para a internet, mas a gente não pode esquecer o público um pouco mais velho que não tem este hábito”, complementa o jornalista.