Titular em uma das melhores defesas de Portugal, Henrique chega 100% ao Coritiba
Confirmado como novo reforço do Coritiba na última quinta-feira (13), o zagueiro Henrique chega para dar experiência ao elenco, que tentará voltar à elite do futebol brasileiro. Aos 34 anos, o defensor já chega com condições de jogar.
A última vez que o atleta entrou em campo foi no dia 30 de abril, na derrota do Belenenses por 1 a 0 para o Paços de Ferreira, de Portugal. Pelo seu ex-clube, ele atuou em 27 das 37 partidas na temporada. Em todas foi titular e só em duas ocasiões acabou sendo substituído.
Entre as partidas que ficou de fora, somente em duas foi por lesão - muscular - entre final de dezembro e começo de janeiro. Ou seja, ritmo de jogo não falta.
"Apesar da idade, mostrou ter capacidade técnica e física para jogar mais uns bons anos em Portugal. O futebol aqui é muito físico e ele tem a experiência de posicionamento, não precisou ter muito desgaste físico. Tem muita qualidade, sobretudo a nível físico e tático", contou ao UmDois Esportes o jornalista Miguel Mendes, do A Bola, de Portugal, que cobriu o Belenenses nesta temporada.
Antes, ficou sete meses sem jogar, por conta da pandemia do coronavírus. Então jogador do Al Ittihad Kaliba, dos Emirados Árabes, tinha jogado somente até fevereiro de 2020, com 27 atuações e um gol marcado. Em setembro, foi anunciado pela equipe portuguesa.
Desempenho de Henrique em Portugal
No Campeonato Português, Henrique fez parte de um dos melhores sistemas defensivos da competição. Em 32 jogos, o Belenenses sofreu 31 gols, a quarta melhor defesa, atrás apenas de Porto (29), Benfica (26) e Sporting (19).
"Fez alguns jogos muito bons, sobretudo quando o grau de exigência era maior contra os grandes aqui de Portugal. No final acabou por ser uma surpresa. Sobretudo pelo empenho e profissionalismo mostrado", disse Miguel Mendes.
Com o zagueiro em campo, o time foi vazado 22 vezes, em 25 jogos. Atualmente, o Belenenses é o nono colocado, com 40 pontos - nove vitórias, 13 empates e 11 derrotas, um aproveitamento de 40,4%, um pouco maior do que os 36% de quando o defensor atuou (cinco vitórias, 12 empates e oito derrotas).
"A equipe onde Henrique jogou era muito conhecida por ter um ataque mais frágil, mas um bloco defensivo muito forte. Para se ter uma ideia, ao longo da temporada tiveram por exemplo oito empates de 0 a 0", acrescentou o jornalista.
Entre as vezes que ele não esteve em campo, duas foram por suspensões. Henrique foi um dos jogadores que mais levou cartões na Liga, o quarto neste quesito, com 11 no total, sendo dez amarelos e um vermelho, resultado de dois amarelos no mesmo jogo.
Experiência e liderança em campo em sistema com três zagueiros
Na liga portuguesa, o defensor atuava em um esquema com três zagueiros, ao lado de Gonçalo Silva e Tomás Ribeiro. Em muitas vezes o brasileiro era o defensor central da equipe, mas em outros momentos também chegou a jogar mais pela direita. A trinca foi a principal arma do clube.
"Jogou sempre num sistema de três na defesa, como zagueiro do centro. Muito tranquilo, jogava fácil, era também uma voz de comando na estrutura defensiva. Foi visto como peça fundamental para a afirmação de muitos jovens, como o Tomás Ribeiro, que explodiu esta temporada e está sendo muito pretendido aqui na Europa. A direção contava com ele, mas o pedido dele para sair foi mais forte e houve essa dívida de gratidão", completou Mendes.
E essa liderança é que faz com que o jornalista acredite que fará Henrique se destacar no Coritiba, uma vez que soube se encaixar no perfil do futebol apresentado em Portugal, que, em alguns momentos, se assemelha ao que encontrará na Série B.
"Apesar da idade mostrou ter capacidade técnica e física para jogar mais uns bons anos em Portugal. O futebol aqui é muito físico e ele tem a experiência de posicionamento, não precisou ter muito desgaste físico. Tem muita qualidade sobretudo a nível físico e tático", apontou.