Brasileirão

Por que Coritiba faz pior campanha com maior investimento? Veja balanço do primeiro turno

O fim do primeiro turno do Brasileirão 2023 assinalou a pior campanha da história do Coritiba na primeira metade da competição. Durante a disputa, o Coxa já havia atingido outra marca negativa: o maior jejum de vitórias da centenária história alviverde.

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Seca de 18 jogos sem vencer, que teve início ainda no Estadual e Copa do Brasil, e que chegou ao fim somente na 13ª rodada da Série A, em triunfo contra o Goiás. Péssimo desempenho que contrasta com as expectativas geradas em uma temporada que prometia sucessos.

+ Confira a tabela completa do Coritiba no Brasileirão

Ainda sob o comando do presidente, Glenn Stenger, o Coritiba orgulhou-se de ter feito o maior investimento da história; na sequência, o clube sacramentou a venda da SAF para a Treecorp, por R$ 1,3 bilhão – promessa de ainda mais grana investida no elenco.

No entanto, até o momento, a temporada – e o Brasileirão – têm sido de provações. Confira um balanço do desastrado primeiro turno coxa-branca.

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Três treinadores
em apenas um turno

O Coritiba iniciou a competição com António Oliveira, bancado pelo G5 que então comandava o clube, apesar do fracasso no Campeonato Paranaense, da vacilante campanha na Copa do Brasil e, pior, da nítida falta de evolução da equipe.

Zago foi um fracasso total no Coritiba. Foto: Átila Alberti/UmDois Esportes

Oliveira foi demitido e chegou Antônio Carlos Zago. Contratado em abril, ele foi demitido após uma goleada por 5 a 1 para o Grêmio. No total, em 12 jogos, Zago somou quatro empates e teve oito derrotas, aproveitamento de 11,1%. Saiu detonando o elenco.

Foi então que o Coxa apostou em Thiago Kosloski, inicialmente como interino e, na sequência, como efetivado. O treinador iniciante rapidamente conferiu estilo de jogo ao time e subiu a produtividade. No entanto, nas duas últimas rodadas do turno, foram duas derrotas.

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O caso Alef
Manga

Já afundado em adversidades após a problemática montagem de elenco e escolha errada de treinadores, o Coritiba ainda teve de lidar com a participação do principal jogador do time em esquema de manipulação de resultados.

Manga se vendeu por um cartão amarelo. Foto: Átila Alberti/UmDois

O caso Manga ajudou a desestabilizar um time já fragilizado e carente de talento ofensivo. Após semanas de silêncio, o atleta virou réu no STJD, assumiu ter recebido dinheiro para tomar um cartão amarelo e acabou despachado para o futebol do Chipre.

Manga ainda é o artilheiro do clube em 2023, com 13 gols, sendo quatro deles no Brasileirão. Atrás dele vem Robson, com sete na temporada, sendo cinco na Série A.

Reforços em forma de apostas e limpa no elenco

A SAF chegou, o G5 saiu de cena e a janela de transferências foi aberta. Expectativa de alto investimento por parte dos torcedores.

No entanto, o cenário de luta contra o rebaixamento complicou o trabalho de Artur Moraes e Carlos Amodeo na busca por novas peças. Mesmo assim, o sentimento de boa parte da torcida é de decepção com a primeira intervenção da SAF na busca por reforços.

Edu chegou ao Coritiba fora de forma. Foto: Átila Alberti/UmDois Esportes

Chegaram nove jogadores: os zagueiros Reynaldo e Maurício Batin; o lateral-direito Hayner; os volantes Fransérgio e Sebastian Gómez; e os atacantes Edu, Maurício Garcez, Diogo Oliveira e Lucas Barbosa.

Talvez apenas o colombiano Sebastian Gómez possa ser considerado um investimento certeiro para o time titular. Os demais terão de lutar pela posição. Além das chegadas, o comando da SAF teve ainda de assumir o trabalho de fazer uma limpa no irregular elenco montado pelo G5.

A retomada da
força no Couto Pereira

Fator fundamental na campanha que evitou o rebaixamento em 2022, o aproveitamento do Coritiba no Couto Pereira despencou na atual temporada.

O Coxa termina o turno como terceiro pior mandante da competição.

Torcida comparece, mas Coxa não vai bem em casa. Foto: Átila Alberti/UmDois Esportes

Em nove partidas dentro de casa, foram somente duas vitórias, três empates e quatro derrotas, rendimento de 33,3%. Apenas Vasco e América-MG ficam atrás.

Fortalecimento psicológico e falta de confiança

A derrota de virada para o Corinthians, na partida final do primeiro turno, após sair na frente do placar e fazer um bom primeiro tempo, foi simbólica para o Coritiba. O Coxa deixou de ganhar 13 pontos nesta Série A em partidas em que saiu na frente do placar e acabou cedendo o empate ou a virada.

Coritiba busca retomada da confiança. Foto: Átila Alberti/UmDois Esportes

A situação é sintomática e representa um elenco enfraquecido psicologicamente e ainda buscando retomar a confiança em si próprio, seja atuando fora de casa, seja diante da própria torcida.

Coritiba: desafio e esperança

A esperança do Coxa passa pelo trabalho de Koslosli. Foto: Átila Alberti/UmDois Esportes

O péssimo primeiro turno faz com que o Coritiba precise de uma campanha inédita na Série A para escapar da queda. Desde 2006, nenhum time conseguiu seguir na elite após fechar a primeira metade da disputa com 14 pontos, pontuação do Coxa.

A esperança reside justamente no trabalho de Thiago Koslosli, que demonstrou evolução em relação aos técnicos anteriores; na esperança de rápida adaptação e resposta dos reforços; e, por fim, da recuperação da força no Couto.

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