Glenn rebate fala de CEO do Coritiba sobre déficit de R$ 150 milhões: "Infeliz na colocação"
O presidente da associação do Coritiba, Glenn Stenger, negou as informações dadas pelo CEO do clube, Carlos Amodeo, sobre um déficit de caixa de R$ 150 milhões, nos meses de junho a dezembro deste ano.
Ao UmDois Esportes Glenn afirmou que o CEO usou a informação de forma "capciosa".
O ex-dirigente do clube explicou que já era de conhecimento da Treecorp Investimentos, empresa que comprou a SAF do Coritiba, a necessidade de captar R$ 80 milhões para balancear as finanças do Alviverde. Dinheiro, que, segundo Glenn, foi captado por meio do investimento da Liga Forte Futebol (LFF).
"Vejo que Amodeo foi infeliz na colocação. Nenhum débito era desconhecido do investidor ou de quem quer que seja. Desde a aprovação do orçamento, em final de 2022, o Coritiba sabia que teria uma necessidade de captar ao menos R$ 80 milhões para que o ano ficasse no zero a zero. Ali todas as despesas operacionais, da recuperação judicial e até de contratações que poderiam acontecer já estavam demonstradas. Ou seja, havia a necessidade sim de que tivéssemos receitas adicionais para fecharmos o ano. Só que estávamos muito tranquilos pois tínhamos a absoluta certeza da entrada do dinheiro proveniente da Liga, fato esse que se consumou, conforme previsto", rebateu Glenn.
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A fala de Amodeo aconteceu na última segunda-feira (27), durante entrevista coletiva no Couto Pereira. Ao ser questionado sobre uma avaliação do ano de 2023 do Alviverde, o CEO justificou que a SAF chegou em um momento de fragilidade econômica do clube.
"Quando nós chegamos, o clube ainda se encontrava em situação financeira extremamente debilitada. Nós tínhamos, de junho a dezembro deste ano, um déficit de caixa, falando com muita clareza para o torcedor, de R$ 150 milhões. Ou seja, nos últimos sete meses do ano, todos os meses faltariam mais de R$ 20 milhões de reais para o Coritiba manter suas contas em ordem. E foram investidos seja pelo investidor da SAF ou pela Liga Forte União, cerca de R$ 150 milhões de reais para manter o clube com seus compromissos em dia", afirmou o CEO.
Para Glenn, o "rombo" é novidade. Ele explica que, durante o processo de compra da SAF, existe um processo chamado de Due Dilligence, que mostra todos os débitos da empresa ao comprados.
"A informação lançada faz transparecer que foi aberto “um buraco” de 150 milhões, número esse que não vi e não sei te dizer nem se está correto e nem de onde foi tirado. Afirmo: não havia tal “desconforto” nessa proporção. Havia sim um desajuste de caixa na ordem de 80 milhões que projetávamos cobrir com dinheiro advindo da Liga. Toda e qualquer situação financeira era de pleno domínio do investidor e fico até entristecido pelo fato do funcionário deles ter usado a informação de forma no mínimo capciosa", explicou.
Amodeo responde Glenn
O UmDois Esportes entrou em contato com o CEO Carlos Amodeo sobre as declarações de Glenn.O dirigente ressaltou, ainda, que o foco atual está integralmente voltado na implantação do planejamento para 2024, com o objetivo de recolocar o Coritiba na Série A.
"Eu não irei polemizar este assunto publicamente, para não expor, ainda mais, o Clube. Contudo antes de colocar um ponto final na questão, preciso esclarecer que durante a minha entrevista eu jamais afirmei que o investidor desconhecia tais números e a situação. Apenas destaquei a informação com o objetivo de demonstrar ao nosso torcedor a fragilidade financeira do clube e as circunstâncias em que iniciamos a transição da gestão. E nada mais.
Qualquer interpretação diferente desta é infeliz ou capciosa. Ratifico que os dados são corretos e verdadeiros, eram, sim, de conhecimento do investidor e estarão demonstrados no balanço patrimonial e no relatório de auditoria de 2023. O fato relevante é que os aportes realizados pelo investidor durante ano e os recursos oriundos do contrato da LFU foram integralmente destinados para sanear o déficit de caixa. Assunto encerrado".