Entenda por que Alef Manga segue fora do Coritiba; STJD retirou caso de pauta
O atacante Alef Manga segue fora do Coritiba. Nesta quinta-feira (8), o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) retirou de pauta o julgamento da petição da defesa do atleta. Clube prefere aguardar decisão por segurança jurídica.
O departamento jurídico do clube pede que o STJD fixe uma data que declare o fim da pena de Manga. O imbróglio acontece porque existem três datas diferentes em relação ao início da punição do atleta e, entre elas, ele atuou no Pafos FC, do Chipre.
Manga foi punido preventivamente por manipulação no futebol no dia 31 de julho de 2023. A partir daí, foram 30 dias de suspensão preventiva. No dia 9 de agosto, o STJD definiu a punição de 360 dias do futebol. Por fim, no dia 31 de outubro, a FIFA internacionalizou a pena dos jogadores envolvidos em casos desse tipo.
Entre a punição em primeira instância, em agosto, e a internacionalização, o jogador foi emprestado ao Pafos, onde atuou entre agosto e outubro. Por isso, o Coxa tem três interpretações possíveis sobre o retorno do atacante e quer se garantir juridicamente antes de reintegrá-lo ao elenco.
Entenda as interpretações do Coritiba sobre a volta de Manga
Um dos entendimentos do Coritiba é de que o retorno do atacante poderia ter acontecido no dia 25 de julho. De acordo com essa interpretação, os 360 dias de punição teriam sido contados diretamente a partir de 31 de julho de 2023.
Outra possibilidade seria descontar o período em que Manga atuou pelo Pafos FC do Chipre, contanto apenas 30 dias da punição preventiva cumpridos anteriormente e descontando o período na equipe cipriota. Com isso, a volta do jogador seria no dia 25 de setembro.
O pior cenário possível, mas que também é levado em conta pela defesa, é de que a pena só teria começado a valer a partir da internacionalização da FIFA. Sem considerar a pena preventiva, nem o período no Chipre. Com isso, o retorno se daria apenas no dia 21 de outubro.
"Para que não haja qualquer dúvida, tendo em vista que o Manga foi para o Chipre, o pedido da defesa é que seja declarado o período de suspensão e fixada a data que ele teria de volta a condição de jogo", disse Marcelo Mendes, advogado que representou o clube na audiência.
Ao Coritiba, STJD alega que não é órgão consultor
Mesmo com o pedido do Coxa e da defesa do atleta, o STJD alega que não funciona como órgão consultor e, por isso, não poderia responder qual a data adequada para o retorno de Manga.
"Os advogados peticionam um pedido de conversão, mas não deixam claro quantos do 360 dias foram efetivamente cumpridos. Se essa certeza do cumprimento integral tivesse sido trazida aos autos não restaria dúvida. Mas ela existe. Não está claro quantos dos dias, entre o término da suspensão preventiva no exterior e a comunicação da internacionalização, ele atuou ou não", explicou Luís Otávio Veríssimo Teixeira, presidente da instituição.
Com isso, o clube segue aguardando uma maior segurança para decidir sobre o retorno do atacante. Internamente, o assunto é levado com muito cuidado, para que o Coxa não acabe sendo prejudicado se um retorno precoce acontecer.