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Torcedor do Coritiba que protestou dentro de campo desabafa: “Paciência acabou”

Torcedor do Coritiba protestou no gramado

Na vitória do Coritiba contra o Guarani, na última terça-feira (14), um protesto chamou atenção no intervalo, quando um torcedor exibiu dentro do gramado do Couto Pereira uma camisa em protesto ao CEO do clube, Carlos Amodeo.

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Enquanto os jogadores estavam no vestiário, o Coxa levou torcedores ao gramado para tentarem acertar um chute na trave, atividade que acontece em todo jogo no estádio. O coxa-branca Gyan Costa conseguiu o feito e, na comemoração, aproveitou para se manifestar exibindo uma camisa de protesto contra Amodeo.

O jogo, aliás, foi marcado por uma série de protestos contra o gestor da SAF do Coxa – mas nenhum tão contundente quanto o de Costa. Alguns torcedores, inclusive, relataram terem sido proibidos de exibirem faixas contra Amodeo na praça esportiva.

+ Confira a tabela completa do Coritiba na Série B

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O UmDois Esportes conversou com o profissional de eventos de 31 anos, protagonista da cena que viralizou nas redes sociais nesta terça. Ele conta que seu nome foi sorteado pelo clube para a atividade na sexta-feira e, num primeiro momento, a ideia não era protestar.

“Na sexta-feira, eu consegui resgatar a experiência de sócio no site do clube. Esperava uma vitória contra o Avaí no sábado, o que não ocorreu. Sou contra a permanência do Amodeo desde a eliminação na Copa do Brasil para o Águia de Marabá, então após essa derrota, a paciência acabou e comecei a pensar em uma maneira pacífica de protestar e que tivesse efeito”, explicou.

Sócio coxa-branca desde 2008, “entre idas e vindas”, como afirmou, o torcedor foi aclamado por muitos companheiros de arquibancada nas redes sociais, que também se posicionam contra o CEO.

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Questionado, Gyan afirma que não é contra a SAF, mas está insatisfeito com o trabalho de Amodeo.

“A SAF era um caminho que precisava ser feito depois de tantas diretorias que não tiveram resultados ao longo dos anos. O torcedor do Coritiba merece muito mais respeito, a culpa da incompetência do Carlos Amodeo não é nossa, pedem paciência, pedem voto de confiança, mas com tanto resultado negativo uma hora atinge o limite, queremos pessoas comprometidas com o Coritiba”, opinou o torcedor.

Partida do Coritiba foi marcada por protestos

Além do fato inusitado do intervalo, outros torcedores exibiram faixas contra a diretoria alviverde, mais especificamente contra o CEO. Algumas foram barradas pelo clube, que afirmou que apenas itens cadastrados podem adentrar o estádio, como faixas, bandeiras e instrumentos de percussão.

“Fazer cadastro para exibir faixa de protesto? Me parece ser no mínimo sem sentido isso, cartazes pedindo camisa e elogiando jogador é liberado, faixa protestando precisa de cadastro? Estranho”, se revoltou Gyan.

Antes da partida contra o Guarani, o jogo contra o Sport, pela terceira rodada, também teve protestos contra a diretoria e o comando técnico, ocupado por Guto Ferreira na ocasião. Uma faixa foi exibida no primeiro tempo foi retirada com violência pelos seguranças.

Coritiba se posicionou após acusações de “censura”

Após a repercussão de vídeos em que seguranças proíbem a entrada de faixas de protesto no Couto, o Coritiba se posicionou. Confira a nota oficial completa do clube.

O Coritiba reafirma seu compromisso com a democracia, livre expressão e liberdade para torcer.

Inclusive, em 23 de março, o Clube adotou medida inédita no futebol brasileiro ao ingressar com mandado de segurança com o objetivo de preservar o direito dos torcedores.

Importante destacar que nos termos do artigo 158, III, IV e X da Lei Geral do Esporte, para ingressar nos estádios, os torcedores devem (i) consentir com a revista pessoal de prevenção e segurança; (ii) não portar ou ostentar cartazes ou bandeiras com mensagens ofensivas; e (iii) não utilizar bandeiras ou similares para fins que não seja o de manifestação festiva e amigável.

Assim, para o cumprimento da Lei, segundo protocolo estabelecido junto às forças de segurança pública, faixas, bandeiras, instrumentos de percussão, entre outros objetos, devem ser previamente cadastrados, com a identificação do responsável, para fins de verificação do cumprimento da Lei, sob pena de vedação de ingresso ao estádio.

Este procedimento é usual e adotado há bastante tempo em todos os jogos no Couto Pereira, como forma de cumprimento da legislação.

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