Justiça determina que Coritiba mude nome de setor do Couto Pereira; entenda
O Coritiba vai precisar renomear um setor do Couto Pereira. Atualmente chamado de "Cadeiras Mauá" o local voltará a ser chamado de "Setor Pro Tork". A mudança ocorre devido a uma liminar da Justiça em um processo movido pela empresa Marlon Bonilha Ltda, proprietária da Pro Tork.
A nomenclatura também terá de ser usada nos materiais de marketing, mídia e publicidade do clube. O nome "Pro Tork" ficará até o fim de 2024.
O Coxa divulgou uma nota, na segunda-feira (12), informando que as alterações serão feitas "apenas para o cumprimento da ordem judicial e que não refletem em uma retomada de relação comercial entre as partes" (veja a nota completa no final da matéria).
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O documento que ordenou a mudança, do mês de maio, foi assinado pela juíza Bruna Greggio e solicitava a alteração do nome no prazo de 30 dias, sob pena de multa diária de R$ 20 mil, com limite de R$ 1 milhão.
O Coritiba tentou um recurso que foi negado neste mês de junho. A liminar também determina que o clube não pode vender os naming rights do setor durante o prazo do contrato.
"Defiro parcialmente o pedido de tutela inibitória a fim de impedir que o requerido comercialize os “naming rights” do 3º Anel do Estádio do Couto Pereira durante o prazo de vigência do contrato podendo, no entanto, contratar com terceiros desde que o início da nova disponibilização seja após o término do contrato/pagamento.", diz parte do documento.
Entenda o impasse entre Coritiba e Pro Tork
O acordo entre Coritiba e Pro Tork foi assinado em 2013, quando o presidente era Vilson Ribeiro de Andrade.
O novo local foi inaugurado em outubro de 2014, e o acordo seria que a Pro Tork estamparia o setor por 72 meses (seis anos), com o clube devolvendo os valores aportados, com acréscimo da taxa de retorno de 1% ao mês como forma de atualização monetária. O valor inicial era de R$ 16,6 milhões.
No entanto, foram feitos diversos aditivos contratuais, devido às dificuldades econômicas do clube.
O Coritiba acabou atrasando o início do pagamento e uma renegociação aconteceu em 2016, com o clube acertando pagar os juros da dívida até 2018 e saldo devedor em 72 parcelas mensais - iniciando em janeiro de 2019 e a última parcela em dezembro de 2024.
O Coxa entendeu que o prazo seria do acordo inicial, até 2020, e retirou as identificações do setor Cadeiras Mauá. Já a empresa validou o novo acordo, com término sendo apenas em 2024, e entrou na Justiça contra o clube.
A juíza então analisou e decidiu contra o Coritiba. "Portanto, em sede de cognição sumária, entendo que o clube requerido se equivocou ao retirar a denominação SETOR PRO TORK do 3° anel do Estádio Couto Pereira uma vez que o contrato, como um todo, ainda está vigente", escreveu.
Confira a nota oficial do Coritiba
O Coritiba Foot Ball Club informa que, exclusivamente em razão da decisão liminar proferida pela 08ª Vara Cível de Curitiba/PR no processo ajuizado por Marlon Bonilha Ltda (Pro Tork), o Clube voltará a utilizar, no atual setor “Cadeiras MAUÁ”, a nomenclatura “Setor Pro Tork”, bem como utilizará o nome nos materiais de marketing, mídia e publicidade na forma originalmente pactuada entre as partes.
O Clube esclarece que o restabelecimento de tal nomenclatura se dá de forma impositiva, estritamente para cumprimento de decisão judicial, não refletindo, portanto, em retomada da relação comercial entre as partes.
Por fim, o Coritiba comunica que, neste momento, recorre da referida decisão e está tomando todas as medidas judiciais cabíveis para revertê-la, uma vez que o Clube considera que a Pro Tork não mais detém o direito de estampar seu nome e sua marca no 3° anel do Estádio Couto Pereira e nos materiais de marketing, mídia e demais publicidades.