Piá do Couto

Do sub-9 à titularidade na Série B: conheça a história de Lucas Ronier, destaque do Coritiba

Lucas Ronier, jogador do Coritiba

“Um sonho de criança que realizo”, escreveu Lucas Ronier quando marcou o primeiro gol no profissional do Coritiba, em março deste ano. De lá para cá, ele se destacou e ganhou a titularidade no Alviverde. Em evidência em 2024, a história de Ronier com o clube começou há dez anos, quando saiu de Fazenda Rio Grande para iniciar uma trajetória promissora no Coxa.

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Ronier tinha sete anos quando entrou pela primeira vez na Escola Coxa Fazenda, escolinha de futebol oficial do Alviverde na Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. Segundo o fundador da escola, Dudu Santos, o pai de Ronier contou as moedas para fazer a inscrição do filho.

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Bastou o primeiro toque na bola naquele dia de 2012 na escolinha do bairro Pioneiros para a trajetória do futuro jogador começar a se desenhar.

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“Quando a gente viu ele jogando pela primeira vez, quando vimos o primeiro toque de bola, já sentimos algo diferente. Naquele mesmo momento falei para a minha esposa, não precisa cobrar mais nada, não precisa cobrar mensalidade, já vamos inscrever eles nos campeonatos, porque ele é diferente”, afirmou Dudu, em entrevista ao UmDois Esportes.

O jogador ganhou uma bolsa para participar da escolinha e dos campeonatos. Em dois anos, por onde passou, mostrou habilidade com a bola nos pés. Em 2014, veio a oportunidade de participar de um processo de seleção feito pelo Coritiba.

Lucas Ronier é “piá do Couto” desde os nove anos

Lucas Ronier, na base do Coritiba

Das 200 crianças que participaram do teste, o Coxa selecionou três. Lucas Ronier foi um deles. Em 2012, entrou pela primeira vez no CT da Graciosa e desde então se tornou um dos destaques da base alviverde. Hoje, ele tem uma multa de 50 milhões de euros para times do exterior.

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“Desde que ele passou no teste seletivo, ele nunca mais saiu do Coritiba. É uma cria do Coxa mesmo. Dos nove aos 15 eu que levava ele em todos os treinos e jogos. Temos uma relação muito próxima com a família. Depois dos 15, ele ia de ônibus. Agora alugou uma casa mais perto. Com ele, sempre tive uma relação de pai e filho”, conta Dudu.

Foi o responsável pela Escola Coxa que ajudou a família de Ronier a realizar o sonho do menino de jogar bola. Com os pais desempregados, o menino não tinha como arcar com os custos de transporte até o CT e o Couto Pereira, nem para competições.

“Na adolescência a gente ajudou ele porque os pais estavam desempregados. Então eu que respondia por ele nos campeonatos. Hoje, continuamos com essa relação”, afirma o diretor da escolinha.

Ronier foi destaque na base do Coritiba

Jogadores que levantaram a taça inédita.

Rápido e habilidoso, Ronier não demorou para se destacar na base coxa-branca. Com apenas 16 anos, foi convocado para disputar a Copa do Brasil sub-20 pelo Alviverde, em 2021.

O jogador, que era o mais jovem do time, fez o gol da classificação nas quartas de final da competição contra o Atlético-MG. Naquele ano, o Coxa foi campeão inédito. Ronier também conquistou o Campeonato Paranaense sub-20 em 2022 e 2023, quando fez o gol do título.

Segundo Dudu, fora de campo, nas competições o atleta passava despercebido com seus 1,64 m de altura, mas era com a bola no pé que encantava. Fã de Alex, o ídolo coxa-branca que fez história no clube, Ronier chegou a ser apelidado de “Alexinho” por um motorista das categorias de base do clube, de quem ganhou uma chuteira.

“Ele sempre teve esse estilo franzino, ele sempre foi mais baixinho e mais magrinho. E visivelmente, ele não chamava atenção antes do jogo. Mas quando a bola rolava, ele chamava atenção de todas as equipes”, conta Dudu.

“Foi algo que aconteceu muito rápido. A partir do momento que foi para o Coritiba, sempre teve destaque. Essa caracterísitca de drible, futebol diferenciado, chamava atenção por onde passava”, elogia o mentor.

Titular, Ronier vive bom momento no Coritiba

Lucas Ronier, em seu primeiro gol pelo Coritiba

Em um vídeo gravado para o canal do Coritiba em 2021, Ronier projetava o dia em que poderia jogar na equipe principal diante da torcida, no Couto Pereira.

“O Coritiba foi o primeiro clube que acreditou no meu potencial. Me vejo aqui no Couto num futuro próximo jogando com o estádio lotado e com o apoio do torcedor”, afirmou o jogador na época.

Três anos depois, ele pôde não apenas jogar no Couto Pereira lotado, como marcar o primeiro gol na categoria profissional. Na comemoração, se abaixou e beijou o escudo do time para a alegria dos 16.788 torcedores presentes.

“Ele fez o primeiro gol dele no profissional e estávamos lá no fim do jogo, relembramos toda essa história”, lembra Dudu.

Desde então, Ronier vem ganhando mais espaço na equipe e passou a ser titular nas últimas rodadas pela Série B. Na Segundona, o camisa 98 é o artilheiro do Coxa, com dois gols. O atleta também é o líder de participações em gols e em finalizações, com 2,8 chutes por jogo.

Em meio a uma equipe cheia de dificuldade e com um futebol que não empolga, o jovem é quem tem feito a diferença dentro de campo pelo Coritiba.

“Ele está muito feliz com essa fase que está vivendo. Ele sente muito orgulho de ter feito toda a caminhada no Coritiba. Não existe outro clube na vida dele. Por tudo que lutou na infância e tudo o que viveu, isso faz com que ele agarre com unhas e dentes essa oportunidade”, conta Dudu.

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