Arrancada

Coritiba se inspira em rival da Série B para conseguir arrancada no segundo turno

Coritiba pode mirar campanha do Avaí em 2016.

Se o acesso já parece difícil para o Coritiba no fim do primeiro turno, o clube pode usar um rival na competição para inspirar uma arrancada na segunda metade da Série B. Em 2016, o Avaí encerou a primeira parte da disputa com uma campanha idêntica à do Coxa e subiu.

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+ Confira a tabela completa do Coritiba na Série B

Naquele ano, o clube catarinense teve uma virada de chave surpreendente no returno da Segunda Divisão e conseguiu 13 vitórias, três empates, com apenas duas derrotas em 19 jogos. A equipe foi da 15ª posição na 19ª rodada para a vice-liderança e conqusitou o acesso.

A campanha no primeiro turno avaiano é o exato desempenho do Alviverde nesta Série B. A equipe ocupa a 15ª colocação, com 23 pontos, com seis vitórias, cinco empates e oito derrotas. A distância para o G4, no entanto, é menor. Em 2016, o Avaí estava a 10 pontos da zona de classificação, o Coxa está a sete.

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“Falavam que era o pior elenco da história”, diz ex-atleta do Avaí

Betão, ex-zagueiro do Avaí.

O UmDois Esportes conversou com Betão, que era zagueiro do Avaí naquela campanha. O defensor foi campeão brasileiro com o Corinthians em 2005, passou pelo Santos e fez carreira fora do país.

O jogador relembrou a campanha no clube onde é ídolo e zagueiro com mais partidas. Pelo Avaí, ele se aposentou em 2022. O defensor foi contratado na metade daquele ano e foi um dos personagens da retomada do time na campanha.

“Eu estava jogando na França e cheguei no Avaí justamente na virada do turno. Não acompanhei as atuações do primeiro turno. Meu primeiro jogo foi contra o Sampaio Corrêa lá no Maranhão, e desde então ficamos 9 jogos sem perder”, disse ele.

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Com situação complicada na Segundona, o Avaí começou o returno com uma derrota por 3 a 0 para o Bahia. Com o resultado, o técnico Silas foi demitido e Claudinei Oliveira, hoje no Londrina, foi contratado. A partir dali, a arrancada começou.

“O Claudinei, além de uma excelente pessoa, é um grande treinador. Ele entendeu o momento do clube e o perfil do grupo que tinha em mãos. Fez um trabalho consistente de forma que aquele perfil de elenco assimilasse o mais rápido possível, pois nossa margem de erro era muito pequena“, lembra o ex-atleta.

“E no final deu tudo certo. Lembro que externamente falavam que aquele elenco era o pior elenco da história do Avaí e saímos da 15ª colocação ao vice-campeonato daquele ano“, completa.

Elenco jovem buscava destaque na Série B, lembra zagueiro

Um dos fatores que Betão cita para o sucesso da campanha do Avaí em 2016 é a jovialidade que tinha o elenco. Na época, de acordo com o site ogol.com, o time tinha uma média de 22,4 anos de idade. Algo semelhante ao Coxa em 2024, que tem um dos elencos mais jovens da Segundona, com média de 23,4 anos.

Algo de fundamental era o ambiente que encontrei na minha chegada. Na sua maioria eram jogadores que estavam buscando afirmação no mercado do futebol. Em todo momento buscávamos uma recuperação na competição e principalmente acreditávamos que essa recuperação era possível”, disse.

Segundo o ex-zagueiro, os jogadores tinham motivação para tentar se destacar e firmar a carreira no futebol brasileiro. Ele destaca ainda a motivação que todos tinham para buscar o acesso.

“Era um elenco de atletas que estavam ‘buscando um lugar ao sol' no cenário do futebol brasileiro. Era um clima muito bom, fora de campo um ambiente muito leve. Todos os atletas se respeitavam. O que eu digo sempre é que ninguém precisa ser amigo de ninguém, de frequentar a casa, sair para jantar juntos. É preciso ter o respeito e se dedicar ao objetivo comum. E isso nós fazíamos“, relembra Betão.

No fim daquela temporada, o Avaí fechou na vice-liderança, com 66 pontos, 19 vitórias, nove empates, dez derrotas e carimbou a volta à elite nacional.

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