Voto online, drive-thru e risco de Justiça: Coxa vive impasse antes das eleições
O Coritiba vive um impasse a cinco dias das eleições. O pleito, marcado para o próximo sábado (12), no Couto Pereira, não pode acontecer de maneira presencial por causa das medidas restritivas da pandemia impostas pelo governo estadual – eventos com grupos de mais de dez pessoas estão proibidos.
Nesta segunda-feira (7), o presidente da Comissão Eleitoral, Marcelo Licheski, consultou a prefeitura de Curitiba sobre o assunto. Ele ainda aguarda uma resposta oficial para decidir qual caminho seguir, mas garante que não haverá adiamento.
"Não vai acontecer [adiamento]. Primeiro, em respeito ao estatuto que prevê eleições na primeira quinzena de dezembro, e segundo, em respeito aos sócios que decidiram pela data de 12 de dezembro através da Assembleia Geral Extraordinária", explica Licheski.
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Neste caso, há três opções para que as eleições aconteçam na data marcada: voto online, em modalidade drive-thru ou a combinação de ambos. Em qualquer cenário, contudo, a chance de o processo eleitoral ser judicializado também aumenta.
A chapa Coritiba Ideal, liderada por Renato Follador, defende a utilização do voto online. Por outro lado, a Coritiba Responsável, do presidente Samir Namur, e União Coxa, encabeçada por João Carlos Vialle, já se posicionaram contra o método.
Na época, no fim de novembro, os grupos colocaram em dúvida a lisura do voto remoto e, como a alteração da forma de votação exigia unanimidade devido à proximidade da votação, a eleição presencial (com drive thru mediante agendamento) foi mantida.
Mas, por causa da pandemia, o pleito online voltou a ser cogitado, apesar da posição contrária de dois dos três candidatos. "Com base numa negativa da prefeitura quanto à eleição presencial e por uma necessidade de saúde pública, por que não [fazer votação online]?", questiona Licheski.
A reportagem apurou que, caso isso aconteça, é provável que uma briga na Justiça se inicie pelo adiamento das eleições. A própria opção por votação exclusivamente com drive thru também pode um gerar um enorme litígio.
O que dizem as chapas
Procurado pela reportagem, Samir afirmou que vê o drive-thru como uma opção. "Se for bem organizada pela comissão eleitoral, sou a favor, pois evita aglomeração. No entanto, nesse momento, o mais sensato seria adiar", afirma o presidente, que não quer que nenhum membro de sua chapa entre na Justiça.
"O ônus cairia exclusivamente sobre mim", justifica.
Para a União Coxa, "as decisões, mesmo em caráter de emergência, não podem ir contra o estatuto do Coritiba, que é o que garante isonomia no processo eleitoral."
O grupo diz que tem grande preocupação com os sócios do clube em virtude do avanço da pandemia e que espera que a Comissão Eleitoral e o Conselho Deliberativo tomem a decisão em consonância com o estatuto "bem como em atendimento ao bem estar dos sócios e torcedores, que garantam o acesso e direito a voto de todos os associados".
Já a Coritiba Ideal diz que sempre prezou pela saúde do associado, dos funcionários e de toda a comunidade e, por isso, vê a eleição online como a alternativa correta.
"Nossa ideia sempre foi uma eleição virtual; segura, moderna e adequada aos tempos em que estamos vivendo. Infelizmente, esse não foi o pensamento das outras chapas e que agora fica ainda mais prejudicado em razão do decreto recém publicado. Se a alternativa adotada for a de votação via drive-thru, é certo que será um processo de exclusão e o processo democrático será prejudicado".