O que aconteceu com Marcelino Moreno no Coxa? Entenda por que o 10 não vingou
Contratado em janeiro para assumir a camisa 10, o meia Marcelino Moreno chegou com status de solução no Coritiba. Cinco meses depois, o argentino é a maior interrogação/decepção da temporada até aqui.
Nos últimos seis jogos, permaneceu em campo por apenas 12 minutos ao todo. Se já havia perdido espaço com antigo treinador, o português António Oliveira, ainda não foi utilizado pelo novo comandante, Antônio Carlos Zago, que só dirigiu a equipe duas vezes.
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Diante desse cenário, diversas dúvidas permanecem sobre o futuro do meia, emprestado pelo Atlanta United, do Estados Unidos, até dezembro.
Primeiro, Marcelino Moreno voltará a ter chances na equipe? Segundo – e mais importante –, o jogador de 28 anos conseguirá dar a reposta que se espera dele?
Ninguém tem as respostas, a não ser Zago e o próprio atleta. Mas um pouco de contexto ajudar a entender por que o argentino não deslanchou no Coxa.
Quando António Oliveira chegou ao clube, ainda em dezembro de 2022, o Coxa já negociava há um mês e meio por Moreno. O setor de análise e captação do clube havia feito um longo trabalho em cima das características do jogador, que seria o principal armador do time.
O estilo preferido do técnico luso, no entanto, não privilegia jogadores como o argentino, de menor capacidade de recomposição defensiva e combate. Mesmo assim, a negociação foi fechada com aval de Oliveira, que tentaria encaixá-lo na equipe.
Tanto é que dos primeiros 14 jogos do Coritiba em 2023, Moreno foi titular em nove. Empolgou a torcida no início, com dribles e jogadas de efeito. O próprio clube soltou um "baila y baila" após a atuação contra o Rio Branco, pela terceira rodada do Paranaense.
Moreno perdeu espaço no Coritiba com má fase da equipe
Aos poucos, porém, o argentino perdeu espaço à medida que o time começava a tropeçar na temporada. Com alguns lampejos criativos, mas sem gols ou assistências, acabou relegado ao banco de reservas. A última vez que iniciou pelo Alviverde foi no início de março, ou seja, há dois meses.
O perfil psicológico de Marcelino, mais retraído e quieto dentro do vestiário, também pesou para sua ausência do time, assim como a adaptação lenta à intensidade do futebol brasileiro.
Dentro da diretoria, o potencial do argentino nunca foi motivo de dúvida, mas ele precisaria se impor mais, ter mais atitude, para provar que merece estar em campo.
Como o trabalho de Zago ainda é prematuro, é natural que Moreno acabe ganhando novas oportunidades, especialmente pelo fato de o técnico adotar um sistema mais ofensivo do que o antecessor. O próprio treinador disse em uma preleção que todos terão possibilidade de ajudar.
Antes da estreia do novo treinador, no entanto, a própria esposa do meia reclamou de sua não utilização em posts no Twitter e garantiu que ele tem se esforçado nos treinos. "É uma estrela, que não sabem valorizar", escreveu Katy Rivero.
O assunto, claro, repercutiu internamente e foi tratado pelo head esportivo Lucas Drubscky, mas sem qualquer tipo de represália ao jogador.
https://twitter.com/katyRivero2018/status/1650283242665177089https://twitter.com/katyRivero2018/status/1651375762048446465
Há uma cláusula no contrato do argentino que prevê que ele pode ter o empréstimo encerrado antes do prazo caso passe a ser aproveitado em menos de 30% dos jogos. A situação foi uma exigência do clube americano, que pode chamar o atleta caso dele precise.
Ativar essa parte do acordo, no entanto, seria admitir o fracasso na contratação do camisa 10, que ainda tem muito a provar pelo Coxa. Resta saber se haverá paciência e resultados a longo prazo.