Brunoro fala sobre Miranda, Rafinha, “estrelas” no elenco e metas da temporada do Coritiba; assista
O diretor executivo do Coritiba, José Carlos Brunoro, não deixa a sinceridade de lado ao responder sobre reforços para 2021.
Aos 70 anos, o profissional chegou ao Coxa em janeiro para liderar a reformulação pregada pela nova gestão. "Temos que entender o seguinte: têm níveis de estrela para Série A e níveis de estrela para a Série B", discorre o experiente dirigente, em entrevista ao UmDois Esportes.
A frase vai de encontro ao recorrente discurso do presidente Renato Follador, que em campanha prometeu trazer grandes nomes ao clube, mesmo fora da elite. Brunoro deixa claro, no entanto, que a realidade do Coritiba, hoje, está distante disso.
"Vamos estar atentos ao mercado para, se pudermos, trazer essas estrelas de Série B. É uma situação que o Renato falou, se tivermos uma de Série A, mas que tenha o espírito da Série B, será muito bem-vinda", aponta.
Na entrevista, Brunoro também comentou sobre os objetivos do time no Paranaense, na Copa do Brasil e sobre como evitar a instabilidade vivida pelo clube nos últimos anos.
Veja abaixo a entrevista completa de Brunoro sobre os planos do Coritiba:
Promessa de estrelas
Temos que entender o seguinte: têm níveis de estrela para Série A e níveis de estrela para a Série B. Não há comparação de valores, coisa do tipo. E vamos estar atentos ao mercado para que, se pudermos, trazer essas estrelas de Série B. É uma situação que o Renato falou, se tivermos uma de Série A, mas que tenha o espírito da Série B, será muito bem-vinda – junto da torcida também, que faz o espetáculo e quer ídolos.
Tudo isso está sendo trabalhado. Temos mais uma ou duas contratações de elenco, um pouquinho mais, e temos aquelas contrações de espera. Começa o Paranaense, vemos quais posições estão faltando, e aí se puder ser um jogador estrelado, vamos tentar trazer.
Como evitar o sobe e desce de divisão
Queremos construir uma base muito sólida para que isso não aconteça. Para que a gente suba um degrau e não volte de novo. Para isso, é feito um trabalho condicionante em todas as categorias. Precisamos ter um modelo de jogo que seja repetido, que todo mundo trabalhe para esse modelo. Precisamos ser uma equipe extremamente competitiva. Não podemos aceitar aqui jogador fora desse perfil. Primeiro, porque a Série B é duríssima. Trabalhei no Goiás na época do acesso, cheguei no Palmeiras na Segunda e subimos. E sei que que a competição exige muita competitividade.
E esta competitividade tem que ser perene para o resto do tempo que trabalharmos aqui. Essa é a fórmula, traçar um projeto de time, de conduta, desde a base ao profissional. Que todos sigam essa mesma trilha e que sejam competitivos. Outra situação é que queremos ser, dentro daquilo que é necessidade do clube, ser muito pontuais em contratação. Então, não podemos ter 60, 70 jogadores por temporada e depois ficar sobrando atletas. Esse vai ser outro estilo também, cada contratação vai ser muito analisada.
Objetivo no Paranaense
Somos um time de esporte de competição, não de recreação. Qualquer competição que a gente jogue, temos que entrar pra ganhar. Isso tem que ser incorporado no Coritiba desde o sub-11. O objetivo é ganhar, com o time titular ou não. Nós temos essa situação porque estamos refazendo o projeto e jogar mais vezes possível o time junto vai ser importante. Temos uma Série B e temos que aprender alguns exemplos. Se pegar as equipes que subiram, quem eram as estrelas? Não tinha estrela. O que eu quero dizer com isso? Nós podemos ter estrelas, mas o conjunto vai ser fundamental. E isso passa por jogar junto mais vezes, se o Paranaense propiciar isso, vamos usá-lo sem problema nenhum.
Copa do Brasil
A gente colocou quartas de final, mas gosto de pensar lá pra cima. Fui campeão da Copa do Brasil com o Juventude [em 1999]. O América-MG chegou até onde no ano passado? Copa do Brasil é competição mata-mata – é diferente. Então tem que pensar que temos que ir lá para cima mesmo. A grandeza do Coritiba nos leva a isso.
Fase da reformulação
No todo, se formos dividir em pessoas e em processos, em pessoas já alcançamos uns 30% do que imagino. Em termos de processos 10% porque viemos de processos antiquados, com vícios. Temos que fazer toda a turma entrar nesse processo, então demora um pouquinho mais.
Os facilitadores dos departamentos estarem interligados, das decisões serem tomadas, elas demoram um pouquinho mais.
Montagem com pouco dinheiro
Esse modelo que criamos, com três gerências que decidem a contratação, mais o G5, ela se torna muito mais seletiva. Conseguimos minimizar a taxa de erro. É difícil acertar 100%. O segredo é o assertivo. Procurar estudar o máximo possível quem estamos contratando e para isso utilizar muito bem o dinheiro. Temos um orçamento a cumprir, não podemos fugir dele. Até porque a queda nos traz uma redução de orçamento. Temos que trabalhar bem e estamos tentando fazer isso.
Permanência de Rafinha
Em toda minha vida, nunca tive jogo perdido. Já estou te respondendo… O que eu penso, eu quero que o Rafinha fique, todos nós queremos. Mas quero também que ele seja o melhor preparo físico da Série B. Temos um departamento científico muito bom. Se puder propiciar a ele e outros jogadores mais velhos uma condição física que tenha prazer em jogar aquilo que ele quer, acho que ele fica. Não é só condição financeira, é dar condições para que ele se sinta bem jogando e possa contribuir.
Miranda e Rafinha
Se depender disso, ele não vai encontrar projeto melhor no Brasil do que nosso. Não vai encontrar melhor. Depende da vontade dele. O Rafinha, lateral, acho que quer jogar em um time grande, ele falou isso. Com o Miranda não tive contato, não sei. Mas o projeto que queremos para jogadores desse nível é um projeto completo dentro de fora do campo.