Cobranças de Oliveira são “choque de realidade” mais do que necessário no Coritiba
O técnico António Oliveira tem sido assertivo ao comentar o atual estágio do elenco do Coritiba para a temporada de 2023: o clube precisa, e muito, de reforços.
Necessidade “gritante”, segundo palavras do sincero português, após a vitória com sofrimento na estreia do Campeonato Paranaense, contra o modesto e novato Aruko.
As cobranças públicas do treinador são necessárias em um Coxa historicamente acostumado a se empolgar com atuações no fraquíssimo Estadual para, na sequência, voltar a lutar contra o rebaixamento na forte Série A do Brasileirão.
+ Confira a tabela do Coritiba no Campeonato Paranaense
A “ilusão do Estadual”, aliás, é uma doença crônica no Alto da Glória. Entra dirigente, sai dirigente, jogadores são supervalorizados, o elenco é mal avaliado, carências são subestimadas. A temporada passada, aliás, está aí para comprovar.
Campeão sobre o Maringá, o Coxa penou no Brasileirão, não passou de um figurante, um clube relegado à luta contra a queda. A base do atual elenco, por sinal, é esta mesma que evitou o rebaixamento em 2022, reforçada por 7 contratações.
Discurso de Oliveira é saudável ao Coritiba
É certo que a cúpula coxa-branca segue trabalhando nos bastidores em busca de reforços. Mas as palavras de Oliveira devem ser absorvidas pela diretoria atual, comandada pelo presidente interino, Glenn Stenger, de forma saudável e positiva.
Não se forma um time competitivo sem cobranças, apenas com “blindagem” e excesso de elogios - os cartolas brasileiros, por sinal, tendem a demonstrar alguma imaturidade quando confrontados com críticas mais incisivas ao próprio trabalho. Talvez por isso se agarrem tanto a alguns "influenciadores" e mídias de torcedores.
(O fracasso da seleção brasileira na última Copa do Mundo, aliás, foi exemplo disso. Diante da mínima contestação, a comissão do técnico Tite e dirigentes como Juninho Paulista vinham à tona rebater os que "jogam contra". No Catar, teve até influencer criticando o trabalho de setores da imprensa, veja só, em uma coletiva de imprensa.)
Se o Coritiba quer deixar de ser um mero concorrente à permanência no Brasileirão, a mudança passa justamente por uma transformação incisiva de mentalidade nos corredores e salas de diretorias no Couto Pereira. Trabalho iniciado pelo próprio António Oliveira.