Quanto custa um lanche raiz na madrugada do país mais rico do mundo?
São 2h da manhã na capital do Catar e carros de luxo passam frenéticos pelas largas avenidas da região central de Doha: a cidade tem intensa vida noturna e até as crianças aproveitam a segurança e clima ameno da madrugada fresca de inverno para brincar.
Após um dia intenso de trabalho ou uma melancólica derrota da seleção do seu país para Camarões, você busca algo para aplacar a fome antes de ir dormir, longe dos hotéis internacionais e restaurantes cinco estrelas, com preços que beiram o absurdo e a ostentação.
Algo distante, por exemplo, do nababesco e ultrajante bife folheado a ouro de R$ 9 mil com o qual os jogadores de uma seleção amarela se refestelaram antes da primeira derrota na história para um rival africano em um Mundial.
Você quer algo rápido, barato, nutritivo, provavelmente gorduroso e, talvez, até saboroso – em resumo, um lanche raiz, em uma portinha qualquer, em uma rua lateral do bairro de Musheireb, na capital do país que figurou como mais rico do mundo em listas recentes.
Tabela da Copa do Mundo 2022; acesse!
É ali que você encontra um café 24 horas, com dono indiano, funcionários indianos, clientes indianos e uma extensa seleção de lanches, veja só, também indianos.
Frequentado por trabalhadores noturnos, a Nova Cafeteria Musheireb virou reduto de torcedores da Copa do Mundo.
O combo de
hambúrguer, batatas fritas e uma lata de refrigerante (Mirinda, Pepsi ou 7-Up)
sai por R$ 15. A refeição é digna e bem feita, considerando preço e horário.
Mas essa é praticamente a única opção ocidental.
De resto, uma estufa guarda uma série de salgados de nomes exóticos, que acabam rapidamente e são fritos a todo instante. A maior parte deles custa R$ 1,50.
Artilheiros da Copa: lista de todos os gols
São as pakoras, bolinhos fritos de batata e vegetais; medu badas, fritura em formato de donut extremamente apimentada; neyyappams, bolinhos de arroz doce; e as populares samosas, pasteizinhos fritos e recheados.
Quem chega mais cedo ainda pode comprar um shawarma de frango por R$ 8,50. Às duas da manhã, eles já acabaram.
Por fim, após a overdose de frituras, hambúrgueres e refrigerantes, você arremata tudo com um copo de karak, por mais R$ 1,50: um chá fervido em leite e água misturado a ervas aromáticas, o favorito da cidade.