Na Copa da cerveja proibida, futebol se acompanha com um copo de chá
No Copa do Mundo marcada pela proibição da cerveja, o costume local é assistir às partidas entre seleções com um copo de chá quente nas mãos.
Não importa que esteja calor, que você esteja suando, que não chova nunca ou que a cidade esteja extremamente abafada e tomada pelo som de um trânsito infernal de SUVs megalomaníacos no fim de tarde.
Reunidos nas calçadas em frente a televisões, os trabalhadores locais, sem exceção, têm um copinho de isopor em mãos: é o karak, chá quente com leite e especiarias, parte importante da cultura do Catar e consumido em portinhas que funcionam 24h por dia.
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É em volta das centenas de lojinhas de karak que os moradores de Doha se reúnem para socializar, conversar e matar tempo. E até assistir futebol. É uma fissura local.
Não há uma receita rígida - aliás, cada família se orgulha de ter a própria fórmula secreta.
Mas, em linhas gerais, é composto por água, leite, chá, açúcar, gengibre e cardamomo. Há alguns que levam canela, cravo e açafrão. O copinho custa R$ 1,50.
A bebida de cor marrom é vendida também nos estádios da Copa do Mundo. E, apesar de ser o favorito do Catar, o karak tem origens em outro país.
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Acredita-se que tenha sido introduzido por indianos e paquistaneses por volta da década de 1950, na época em que as reservas de óleo natural e petróleo foram descobertas e iniciou-se a revolução da economia local.
Os locais gostaram, fizeram pequenas modificações, o adaptaram ao próprio paladar e, hoje, o karak é parte integral da cultura social e culinária do Catar.