Messi: uma bola para decidir e uma lição para Neymar
Lionel Messi entrou em campo pressionado para liderar a Argentina na partida decisiva contra o México, neste sábado (26), no Estádio de Lusail, na Copa do Mundo do Catar. Saiu dele ovacionado.
O camisa 10 foi cirúrgico ao abrir o placar com uma pancada de fora da área e encaminhar o triunfo por 2 a 0 que salvou a albiceleste de uma vexatória eliminação precoce.
Messi se reinventou há tempos. O sete vezes melhor do mundo não corre errado. Não provoca marcadores. Não apanha de graça. Se preserva.
Seu jogo é antes de tudo cerebral. Sabe o que deve ser feito. E faz, mesmo que sem a exuberância do passado. Messi só gasta energia quando realmente precisa. Sabe ser letal.
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Quando parece apagado, esquecido, deambulando em campo distraído, recebe na intermediária: um toque para dominar e um para marcar.
O gênio de Rosário tem, acima de tudo, controle psicológico. Não se irritou nem quando um atleta de inexpressiva Arábia Saudita o provocou na zebra da rodada inicial.
Conhece o próprio tamanho. E não se deixa contaminar.
É o que a Argentina espera dele. Frieza e poder de decisão. O mesmo que a seleção espera de Neymar.
O craque brasileiro tem 30 anos. Está em uma equipe renovada e rodeado de meninos dispostos a receberem todas as pancadas adversárias. Mas Neymar não muda.
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Sem a velocidade e explosão dos tempos de Santos e Barcelona, desenvolveu estilo de jogo que o deixa vulnerável às faltas rivais. E, consequentemente, às lesões.
Busca a bola na intermediária defensiva, segura, espera até o último momento para tocar. Aguarda o contato.
Uma falta após a outra, como aconteceu contra a Sérvia. E o pior, em setores do campo que geram nenhum perigo para o oponente. É passe livre pra zagueirada bater.
Pode-se argumentar que, no esquema de Tite, cabe a Neymar buscar o jogo e municiar os três atacantes.
Quem vê o craque jogar no PSG, no entanto, sabe que por lá as coisas são iguais. Não é questão de treinador. É questão de Neymar.