Mercado de falcões é motivo de obsessão e ave pode passar de R$ 1 milhão no Catar
Dois meninos caminham de loja em loja avaliando a cor das penas, peso, eficiência e preço: eles estão no pátio do Falcon Souq e querem comprar um falcão.
Se gostarem do que estão vendo, pedirão para que o vendedor retire a venda dos olhos do animal. A falcoaria vai além de um passatempo no Catar, país da Copa do Mundo 2022.
É uma antiga tradição local que chega à reverência e quase à obsessão. Seus donos os levam para treinar diariamente para os dias de caça e também os de corridas.
Pais caminham pelas portinhas do mercado de rua ao lado dos filhos e não é incomum vermos homens com um falcão em uma das mãos andando por ali: eles são símbolo de status e influência.
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Podem custar
entre R$ 30 mil e passar de R$ 1 milhão, dependendo da espécie e de como ela
voa – muitos são criados em cativeiro, mas os mais desejados são os selvagens. Eles
vivem entre dez e quinze anos e são leves, pesam entre 35g a 1,7 kg.
Assim que uma ave é vendida, ela é levada ao Hospital de Falcões Souq Wakif, a poucos metros de distância.
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Ela terá um
microchip instalado e será avaliada por especialistas em um check-up completo. As
consultas, tanto a primeira como futuras, são subsidiadas pelo governo local,
tamanha a importância da falcoaria na cultura catari.
Durante o mês de Copa, o hospital principal está temporariamente fechado, mas ele normalmente chega a atender 200 aves por dia. No saguão de espera há balanças de precisão e um pequeno museu em homenagem ao animal.
Terminado o Mundial, com a participação ruim da equipe do Catar, a tendência é de que a população local volte a trocar a bola pela exótica e implacável ave de rapina.