Polêmica na Copa

Insatisfeito, chefe da federação da Dinamarca cogita deixar Fifa

Braçadeira do capitão da Dinamarca, Christian Eriksen

A Dinamarca está incomodada com as decisões da Fifa diante de iniciativas que defendem os direitos humanos e apoiam a liberdade das mulheres e a comunidade LGBT+.

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Nesta quarta-feira (23), o presidente da Federação Dinamarquesa de Futebol, Jesper Moller, foi além e admitiu até a possibilidade da entidade se desfiliar da Fifa em reação ao que os dinamarqueses consideram um ato de censura.

“Eu pensei sobre isso novamente. Imagino que pode haver desafios se a Dinamarca sair sozinha. Mas veremos se não podemos dialogar sobre esses problemas. Tenho que pensar na questão de como restaurar a confiança na Fifa. Devemos avaliar o que aconteceu e então devemos criar uma estratégia junto aos nossos colegas nórdicos. É algo que já estamos traçando desde agosto”, revelou Moller.

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A maior insatisfação de dinamarqueses e de outros europeus foi a ameaça da Fifa em punir esportivamente, com cartão amarelo, jogadores que usarem a polêmica braçadeira de arco-íris, em referências aos direitos LGBT+, na Copa do Catar.

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Antes do início do Mundial, sete seleções europeias haviam planejado usar a faixa que poderia causar constrangimentos ao Catar, país que proíbe relações homossexuais até mesmo com prisões. A braçadeira acabou se tornando motivo de disputa entre a Fifa e federações europeias nos últimos dias.

O dirigente dinamarquês lembrou também que a Fifa passará por eleição, mas lamentou o fato do atual presidente, Infantino, ter o apoio da maioria dos países – a reeleição do presidente está garantida porque nenhuma chapa de oposição se inscreveu no pleito. “Teremos eleições presidenciais na Fifa. Existem 211 países na Fifa e eu entendo que o atual presidente tem declarações de apoio de 207 países. A Dinamarca não está entre esses países. E também não estará”, completou.

Outro motivo de insatisfação dinamarquesa foi a decisão da Fifa em proibir a seleção de usar um uniforme de treino com a mensagem “direitos humanos para todos”. Como protesto, a federação decidiu usar um uniforme oficial com o escudo nas mesmas cores da camisa, de forma a esconder o símbolo dinamarquês.

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A seleção ainda criou uma terceira camisa, da cor preta, em forma de luta, pelos trabalhadores migrantes mortos nas construções do estádio e das obras de infraestrutura do Catar. “Vamos conversar mais fortemente com outros países. Estamos juntos nessa batalha”, finalizou o dirigente.

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Desde o ano passado, a Dinamarca vem sendo uma das maiores críticas à escolha do Catar como sede e também à postura do país da Oriente Médio quanto aos direitos humanos, direitos das mulheres e dos homossexuais.

No Catar, a Dinamarca estreou com um empate sem gols diante da Tunísia. O próximo desafio é com a França, no sábado, às 13h (horário de Brasília), no estádio 974.

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